Depois de 13 dias internada, Roseana Murray, 73 anos, foi aplaudida ao receber alta do Hospital Estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, 18. Para homenageá-la, a equipe de saúde vestiu camisetas estampadas com o rosto da escritora e a frase: “Lute como uma poeta”.
Roseana perdeu o braço direito e uma das orelhas depois de ser atacada por três cães da raça pit bull no dia 5 de abril, em Saquarema, na Região do Lagos fluminense, um balneário famoso pela prática do surfe.
A escritora também precisou fazer várias reconstruções pelo corpo, como nos lábios e nas pernas. Após ser atacada pelos três cães enquanto fazia sua caminhada matinal na praia, Roseana foi resgatada por um helicóptero e chegou ao hospital em estado grave.
A recuperação da idosa surpreendeu médicos e enfermeiros, que ressaltaram o otimismo e a força demonstrados por ela. Apesar da alta, a recuperação ainda demandará tratamentos.
“Era uma grande quantidade de lesões”, explicou o cirurgião plástico Thiago Glenn em entrevista à Rede Globo. “A gente vai acompanhá-la pelo menos uma vez por semana aqui.”
O hospital disponibilizou uma ambulância para levá-la de volta para a casa, em Saquarema, a cerca de 80 km de São Gonçalo. Mas Roseana preferiu ir com o filho, “ouvindo rock e falando sobre a vida”, conforme contou à Rede Record.
Feliz coincidência
Roseana, que é autora de mais de cem livros infantis e infantojuvenis, alguns deles premiados, recebeu alta justamente no Dia Nacional do Livro Infantil, o que, segundo relatos, a deixou muito feliz.
A escritora chegou a escrever um poema enquanto esteve internada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Os desafios
Sobre os desafios que a esperam, Roseana destacou o mais importante para ela.
“Eu tenho que aprender a escrever com a mão esquerda, isso para mim, é o mais importante”, disse em entrevista à Globo. “Eu vou ter que aprender muitas coisas, vou ser aluna de novo”.
Os projetos
Ao deixar o hospital, Roseana também falou sobre os projetos de trabalho.
“Quero escrever um livro para crianças que têm falta de um membro”, revelou. “A gente vai fazer esse para crianças que podem ter perdido algum membro, mas com muito humor.”