O Sol vive um momento agitado e especialistas acreditam que o astro está passando pelo seu pleno máximo solar, desencadeando manchas e erupções solares. Esses eventos se tornam mais comuns no auge do ciclo solar, período que acontece a cada 11 anos e se tornaram mais frequentes nos últimos meses.
Comparações mostraram que o Ciclo Solar 25, o atual, ultrapassou – e muito – os registros de ocorrências do ciclo anterior. Isso leva a acreditar que o Sol está mais agitado do que esteve há alguns anos, mas a disparidade nas comparações sugere que a diferença pode ser apenas de quantidade e não de intensidade.
Ciclo solar acontece a cada 11 anos
O Olhar Digital já explicou como funciona o ciclo solar aqui e aqui. Vamos a um resumo:
- Os ciclos solares são eventos que acontecem na superfície do Sol em períodos de 11 anos;
- Esses eventos são causados pela interação do campo magnético e o movimento do plasma no interior do Sol;
- O fenômeno causa grande instabilidade na superfície do astro, o que tende a criar manchas e erupções solares;
- Essas, por sua vez, podem lançar radiação no Espaço, afetando a comunicação e sistemas de navegação na Terra, e satélites em órbita;
- Atualmente, o Sol passa pelo Ciclo Solar 25. Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas.
Sol vive auge do Ciclo Solar
Alguns pesquisadores acreditam que o Sol está vivendo o auge do Ciclo Solar 25 (ou está próximo dele). As manchas solares registradas nos últimos meses (você pode ver um resumo delas aqui) criam as erupções, categorizados em classes conforme a magnitude dos raios X. Elas são classe C, classe M e classe X, cada uma dez vezes mais forte que a anterior. Ainda, dentro de cada classe, há subdivisões com números, como M2 e X1.
Segundo o Space.com, o número de manchas solares do Ciclo Solar 25 (o atual) ultrapassou a quantidade de manchas do Ciclo Solar 24 (que teve seu auge em 2014). No entanto, a imprecisão na medição dos dados de diferentes ciclos solares indicam disparidade que não se concretizou.
Mudança nos equipamentos alterou medições das erupções solares
Os níveis de raios X das erupções solares causadas pelas manchas são medidos desde 1974 usando satélites na órbita terrestre. No entanto, de lá para cá, os equipamentos mudaram.
De 2010 a 2020, os níveis foram medidos pelos satélites GOES-14 e GOES-15, o que exigiu recalibração nos registros anteriores para igualar as capacidades dos novos sensores. Com a mudança, o limite de cada erupção aumentou em 42%, ou seja, uma erupção de 2010 precisava ser 42% maior do que uma de 2009 para receber a mesma categoria de classe X.
Só que, em 2020, o equipamento mudou novamente, agora para o GOES-16. Algo surpreendente aconteceu nessa passagem: pesquisadores descobriram que a calibração original (antes de 2010) estava certa e a seguinte (2010-2020) estava errada.
Uma mudança reversa foi necessária, tornando as erupções solares do Ciclo Solar 24 mais poderosas do que o registrado inicialmente.
Apesar dos números terem sido corrigidos, ainda causam confusão e tornam a comparação entre ciclos solares imprecisas, o que pode levar a acreditar que o Ciclo Solar 25 está mais agitado do que o anterior. Não que isso não seja verdade, mas há um alerta: algumas medições podem ser infladas a depender do parâmetro dos satélites.
Astro tem, sim, mais manchas solares no Ciclo 25
O Sol está, sim, mais agitado no ciclo atual do que no anterior, mas a disparidade não é tão grande assim. O gráfico acima mostra a comparação entre as manchas solares dos ciclos 24 e 25 para cada categoria de erupção (C, M e X).
Ao contrário do que modelos anteriores indicaram, a discrepância nas ocorrências de manchas e erupções solares é real, mas não tão distante assim. Por exemplo, é possível observar que, por enquanto, as erupções de classe X foram mais comuns no Ciclo 24 do que no atual. Já as erupções de classe C e M são mais comuns agora do que no ciclo anterior. Ou seja, por enquanto, o Ciclo 25 está ganhando em quantidade, mas não em intensidade.