Uma enorme erupção solar poderosa o suficiente para ionizar parte da atmosfera da Terra foi detectada por satélites da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) na quinta-feira (28), de acordo com o Centro de Previsão do Tempo Espacial da organização.
Vamos entender:
- O Sol tem um ciclo de 11 anos de atividade;
- Ele está atualmente no que os astrônomos chamam de Ciclo Solar 25;
- Esse número se refere aos ciclos que foram acompanhados de perto pelos cientistas;
- No auge dos ciclos solares, o astro tem uma série de manchas em sua superfície, que representam concentrações de energia;
- À medida que as linhas magnéticas se emaranham nas manchas solares, elas podem “estalar” e gerar rajadas de vento;
- De acordo com a NASA, essas rajadas são explosões massivas do Sol que disparam partículas carregadas de radiação para fora da estrela em jatos de plasma (também chamados de “ejeção de massa coronal” – CME);
- Os clarões (sinalizadores) são classificados em um sistema de letras pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a intensidade do anterior;
- A classe X, no caso, denota os clarões de máxima intensidade, enquanto o número fornece mais informações sobre sua força;
- Um X2 é duas vezes mais intenso que um X1, um X3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente.
Como resultado, o fenômeno ionizou o topo da atmosfera da Terra, provocando um “apagão de rádio de ondas curtas profundas sobre o Oceano Pacífico”, de acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial SpaceWeather.com.
A região ativa AR3615, que originou a explosão de classe X1.1, está localizada perto da borda do disco solar, favorecendo a visão dos fotógrafos. Movimentos de sobe e desce capturados no vídeo acima, obtido por David Wilson, de Inverness, na Escócia, fazem parte da turbulência que dá origem a fortes explosões.
Risco de explosão solar causar tempestade geomagnética na Terra é descartado
Essa explosão também foi acompanhada por uma CME. Os cientistas da NOAA estavam inicialmente preocupados que esse material chegasse à Terra, potencialmente resultando em uma tempestade geomagnética que poderia afetar satélites, comunicações de rádio e outras infraestruturas. No entanto, na sexta-feira (29), a agência anunciou que esse risco foi descartado.
Recentemente, essa mesma mancha solar também foi corresponsável pela maior tempestade geomagnética dos últimos sete anos, conforme noticiado pelo Olhar Digital, um evento de grau G4 – considerado severa em uma escala que vai de G1 a G5.
Essa tempestade geomagnética recorde foi causada pelo material solar ejetado de uma explosão dupla no Sol, gerada simultaneamente pelas regiões ativas AR3614 e AR3615. Embora isso possa parecer uma coincidência incrível, é provável que não tenha acontecido por acaso. Os astrônomos sabem há muito tempo que manchas solares amplamente espaçadas podem explodir em conjunto. Eles são chamados de “explosões solares simpáticas” (já falamos desse tipo de explosão aqui).