quinta-feira, novembro 14, 2024
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Erupção faz objeto criovulcânico misterioso brilhar 289 vezes mais

Conhecido por seus “vulcões de gelo”, o enigmático objeto 29P/Schwassmann-Wachmann voltou a surpreender os astrônomos com uma sequência de quatro erupções em rápida sucessão, resultando em um aumento de brilho de 289 vezes – o maior registrado desde 2021. 

Classificado como centauro, categoria de corpos celestes que orbitam entre Júpiter e Netuno, 29P parece um cometa, mas exibe comportamentos peculiares que desafiam a compreensão científica.

Em 2 de novembro, o “cometa” 29P/Schwassmann-Wachmann teve uma erupção que aumentou seu brilho em várias magnitudes. Crédito: Mike Olason via Sky and Telescope

Assim como outros cometas, ele contém diversos tipos de gelo e poeira que se aquecem e evaporam ao se aproximarem do Sol, gerando jatos e explosões que liberam partículas no espaço, refletindo luz e causando seu brilho característico. 

A diferença, no entanto, está na órbita quase circular do 29P, que faz com que sua distância do Sol varie pouco. Isso deveria manter suas temperaturas estáveis, mas ele experimenta erupções constantes, tornando-se um dos objetos mais explosivos do Sistema Solar, atrás apenas da lua Io, de Júpiter. 

Erupções intrigam cientistas pela distância do objeto em relação ao Sol

Entre 2 e 4 de novembro, o corpo celeste passou por quatro erupções, surpreendendo os astrônomos, pois ele não está em seu ponto mais próximo do Sol e não se espera que atinja novamente essa posição em uma década.

Imagem em cores falsas criada pelo Telescópio Espacial Spitzer durante uma das explosões do “cometa” 29P/Schwassmann-Wachmann, que se ilumina intensamente conforme o gás e a poeira ao seu redor refletem a luz solar. Créditos: NASA / JPL / Caltech / Centro de Pesquisa Ames / Universidade do Arizona
Crédito da imagem: NASA / JPL / Caltech / Centro de Pesquisa Ames / Universidade do Arizona

Em 2021, a maior erupção em 40 anos ocorreu enquanto o 29P estava a uma distância média do Sol, mas bem depois de seu periélio (ponto mais próximo da estrela). Desde então, acreditava-se que o comportamento das erupções seguia um padrão de 57 dias, possivelmente indicando o período de rotação do centauro – uma rotação lenta para um objeto de apenas 60 km de diâmetro, permitindo o acúmulo gradual de calor em seu lado exposto ao Sol.

Dois anos mais tarde, uma previsão de erupção se concretizou, baseada em uma diminuição de brilho ao redor do núcleo do “cometa”, sinalizando que a liberação de gás havia cessado e aumentando a pressão interna, o que resultou em uma explosão.

Observações mais recentes feitas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, captaram um jato de monóxido de carbono saindo do núcleo do 29P e dióxido de carbono dos “polos”, sugerindo que o objeto pode ser composto por duas partes com materiais diferentes. Apesar de todos esses avanços, permanece o mistério sobre o motivo para erupções tão potentes. 

Via Olhar Digital

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