sexta-feira, novembro 22, 2024
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Erika Hilton declara não ter dados de impacto econômico da PEC

A deputada Erika Hilton (Psol), autora da proposta de emenda constitucional (PEC) que institui a escala 4×3 de trabalho, admitiu não ter estudado os impactos que a mudança da legislação trabalhista poderia ter na economia brasileira. Ela afirmou se basear apenas na adoção de modelos parecidos em outros países.

Em entrevista à GloboNews, na última segunda-feira, 12, Erika Hilton disse que observa a redução da jornada de trabalho “do ponto de vista do mundo do trabalho e das flexibilidades que outros países e estudos apontaram com relação à produtividade, à economia”. 

“Obviamente que entendemos todos os impactos que podem ser gerados”, disse a parlamentar, ao ser interpelada sobre o possível encarecimento de medicamentos e outros produtos diante de uma eventual promulgação da PEC. “O que não podemos é ignorar que a condição do trabalhador hoje é extremamente sucateada.”

De acordo com a deputada, a proposta da redução da jornada de trabalho é uma provocação ao Congresso. Ela afirmou estar pedindo a realização de uma audiência pública e disse ser “óbvio” que a proposta vai necessitar de estudos e análises.

Jornada de trabalho de outros países funcionaria no Brasil, diz Erika Hilton

Para Erika Hilton, os trabalhadores não são observados nem atendidos pelos patrões, e o expediente reduzido, adotado em países desenvolvidos, “é possível de ser implementado sim no Brasil, sem afrontar de forma absurda a economia e o aumento dos preços de forma tão dramática”.

Quanto ao apontamento de inconsistências na PEC, que atingiu hoje o número necessário de assinaturas para tramitar na Câmara, Erika Hilton disse que “parece uma movimentação de pessoas que não se conformam que uma classe tão sucateada, tão vulnerável, tenha conseguido se organizar e feito uma provocação, porque não toleram que o trabalhador tenha voz, se imponha e questione o legislador”.

Segundo a deputada, a jornada de trabalho 6×1 gera uma exploração que leva à riqueza de alguém que não o trabalhador, e isso é o foco da provocação. A alegada exploração levaria ao cansaço, ao exaustão e ao adoecimento das pessoas “sem condição de consumo numa economia que, cada vez mais, precariza a sua existência”.

“Inclusive as provocações que vêm sendo levantadas nas últimas horas são uma tentativa de esmagar um movimento legítimo dos trabalhadores, porque ‘não vai funcionar’, ‘não é aplicável’, ‘não vai dar certo’”, disse Erika Hilton. 



Via Revista Oeste

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