O meia argentino Enzo Fernández se pronunciou, na noite desta terça-feira (16), sobre a polêmica criada por conta de um vídeo dentro do ônibus da delegação argentina após o título da Copa América.
Nas imagens publicadas na conta de Fernández, os jogadores da seleção entoam cânticos racistas e transfóbicos contra jogadores da França. Ao longo do dia, companheiros franceses de Enzo no Chelsea deixaram de segui-lo no Instagram.
O zagueiro Wesley Fofana chegou a publicar um vídeo no Instagram expondo a situação com sarcasmo: “Futebol em 2024: racismo desinibido”, escreveu o jogador do Chelsea.
Em sua conta na rede social, Enzo Fernández afirma, em inglês, que “aquele vídeo, aquelas palavras, não refletem minhas crenças e meu caráter” e se desculpa por “ter se deixado levar pela euforia da comemoração da Copa América”.
“Eu quero me desculpar sinceramente por um vídeo publicado em minha conta do Instagram durante a comemoração da seleção.
A música inclui linguagem altamente ofensiva e não há qualquer desculpa para essas palavras.
Eu me posiciono contra a discriminação em todas as formas e peço desculpas por ter me deixado levar pela euforia da comemoração da Copa América.
Aquele vídeo, aquelas palavras, não refletem minhas crenças e meu caráter”.
A Federação Francesa de Futebol (FFF) anunciou que irá acionar à Fifa a respeito da música com teores racistas entoadas por jogadores da seleção argentina em comemoração ao título da Copa América. A informação é da agência de notícias AFP.
Após a vitória contra a Colômbia na final do torneio, o elenco campeão entoou, dentro do ônibus, um canto de torcida com letras racistas e transfóbicas em ofensa a jogadores da França.
Segundo a imprensa francesa, a instituição irá cobrar explicações da entidade vencedora da competição, além de tomar outras previdências após o contato com a Fifa.
Na última segunda-feira (15), o volante Enzo Fernández registrou, por meio de uma live no Instagram, a celebração da delegação argentina dentro do ônibus. Na ocasião, os atletas cantaram uma música com ofensas racistas e transfóbicas.
Ao perceber o cântico entoado, o jogador prontamente encerrou a transmissão ao vivo na rede social. Veja a letra:
Eles jogam pela França, mas são de Angola. Que bom que eles vão correr. Eles se relacionam com travestis. A mãe deles é nigeriana, o pai deles, cambojano. Mas no passaporte: francês
A música em questão ganhou notoriedade em 2022, quando a Argentina conquistou o título da Copa do Mundo. Desde então, torcedores argentinos constantemente entoam os versos ofensivos ao atletas de naturalidade francesa.
Vale destacar que, no ano em questão, os argentinos venceram a final contra a França. Após o eletrizante 3 a 3 em tempo normal, os latino-americanos levantaram o troféu ao bater os europeus nos pênaltis por 4 a 2.