O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta semana que o país celebrará o Natal em 1º de outubro. Trata-se de uma homenagem ao povo combativo venezuelano, segundo o político chavista.
Nicolás Maduro adota essa prática desde 2013, quando antecipou o Natal para novembro, depois da morte de Hugo Chávez. Em 2020, o feriado foi adiantado para 15 de outubro, com o objetivo de desviar a atenção dos problemas causados pela pandemia de covid-19. A estratégia foi repetida em 2021 e agora em 2024.
A antecipação de 2024 ocorre em meio à pressão internacional sobre o resultado das eleições de 28 de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Nicolás Maduro vencedor para um terceiro mandato, sem apresentar provas. A Justiça venezuelana também expediu uma ordem de prisão contra o opositor Edmundo González Urrutia.
Desde que assumiu o poder, Maduro tem antecipado o Natal em diferentes datas:
- 30 de outubro (2015);
- 28 de outubro (2016);
- 31 de outubro (2017);
- 29 de outubro (2018);
- 31 de outubro (2019);
- 29 de outubro (2020);
- 27 de outubro (2021);
- 30 de outubro (2022); e
- 1º de setembro (2023).
As justificativas de Nicolás Maduro
Em 2020, Maduro afirmou que, “em tempos de pandemia, o Natal chega mais cedo para encher a família venezuelana de esperança e união”. Em 2023, mesmo sem a ameaça do coronavírus, repetiu quase as mesmas palavras.
Nas semanas que antecedem as festas, o governo chavista intensifica a distribuição de ajudas e mantimentos nos bairros, incluindo pernis ou presuntos — produtos esperados das cestas dos Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap).
Maduro deverá tomar posse para o terceiro mandato em 10 de janeiro de 2024. A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González Urrutia, rejeita os números oficiais e divulga cópias das atas compiladas por seus observadores.