Os últimos temporais e chuvas fortes que atingiram São Paulo só foram alertados pelas autoridades depois que já haviam começado. A previsão do tempo de curto prazo, chamada de nowcasting, enfrenta desafios para determinar a hora e o local exato das tempestades.
As variáveis que influenciam o deslocamento, a direção, o tamanho e o volume das nuvens de chuva são muitas, o que torna o trabalho dos centros de meteorologia bem difícil.
Especialistas consultados pela Folha de S.Paulo explicam que, em primeiro lugar, são necessários equipamentos tecnológicos sofisticados e caros. Alguns exemplos são os radares e satélites, além de supercomputadores para processar os dados.
Tudo isso também deve estar acompanhado de profissionais qualificados e experientes. A formação e capacitação de meteorologistas são fundamentais.
Tecnologia para previsão do tempo em São Paulo
São Paulo tem sete radares próprios e lidera o acesso a essa tecnologia no país, mas a Defesa Civil ainda não possui meteorologistas dedicados exclusivamente ao nowcasting.
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Especialistas afirmam que o desenvolvimento de um modelo matemático próprio, com dados específicos sobre o clima e relevo brasileiros, tornaria as previsões mais precisas.
Além disso, também é preciso adquirir mais radares e integrar os dados de diferentes serviços meteorológicos.
Cell broadcast e comunicação de risco
A Defesa Civil de São Paulo não considera o cell broadcast uma ferramenta de previsão do tempo, mas um alerta sobre ameaças iminentes. O sistema começou a funcionar em São Paulo em dezembro de 2024, para o envio de alertas de emergência em tempo real.
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Por meio do cell broadcast, moradores de áreas de risco do Estado recebem mensagens da Defesa Civil de São Paulo diretamente no celular, sem a necessidade de cadastro prévio.
A Defesa Civil informou à Folha que as mensagens podem ser mais eficazes se trouxerem informações específicas, indicando os bairros e as ruas específicos. O limite de 150 caracteres, porém, é um obstáculo. O órgão agora discute com as operadoras formas de ampliar o conteúdo.
A Defesa Civil evita falsos alarmes para não comprometer a credibilidade do serviço. No entanto, defende o envio de alertas mesmo depois do início das chuvas, quando há risco de precipitação intensa e prolongada.