Nos últimos anos, o termo ciclone extratropical tornou-se mais comum em reportagens meteorológicas, especialmente em relação a eventos climáticos extremos. Mas o que exatamente é um ciclone extratropical e como ele afeta as regiões que atinge? Neste texto, Oeste explica suas causas e seus impactos.
Um ciclone extratropical é um sistema de baixa pressão, que se forma fora das regiões tropicais, ou dos trópicos, e geralmente se manifestam nas latitudes médias, entre 30° e 60° de latitude. Diferentemente dos ciclones tropicais, que se originam em águas quentes e são alimentados pelo calor do oceano, os ciclones extratropicais se desenvolvem em regiões onde há maior diferença de temperatura entre massas de ar frias e quentes.
A formação de um ciclone extratropical está ligada à interação entre diferentes massas de ar com características distintas. Quando uma massa de ar quente encontra uma massa de ar frio, ocorre um choque térmico que gera instabilidade atmosférica. Essa instabilidade, combinada com a força de rotação da Terra, dá origem a um sistema de baixa pressão que atrai mais ar úmido e quente para o seu centro.
A diferença de temperatura e pressão entre essas massas de ar faz com que o ar comece a girar e a formar uma área de baixa pressão, resultando em um ciclone extratropical. Esses sistemas se desenvolvem geralmente ao longo de frentes, que são zonas de transição entre ar quente e ar frio.
Ciclones extratropicais no Brasil
Os ciclones extratropicais frequentemente atingem o Brasil, especialmente a Região Sul. Esses eventos climáticos podem causar grandes prejuízos e transtornos para a população.
A localização geográfica do Sul do Brasil, com a proximidade do Oceano Atlântico e a influência de frentes frias, favorece a formação e a intensificação de ciclones extratropicais. A combinação de massas de ar quente e úmido provenientes do oceano com massas de ar frio polar cria as condições ideais para o desenvolvimento desses sistemas.
O impacto mais recente de um ciclone extratropical que atingiu o Brasil ocorreu em setembro de 2023. Na época, o fenômeno atingiu Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. As regiões sofreram com alagamentos, e mais de 20 pessoas morreram. O ciclone afetou mais de 25 mil pessoas.
Efeitos do fenômeno
Os ciclones extratropicais podem causar diversos danos e transtornos para as regiões afetadas. Alguns dos principais efeitos são estes:
- Tempestades e chuvas intensas;
- Ventos extremamente fortes;
- Mudanças bruscas nas temperaturas;
- Impactos econômicos e interrupções nos serviços;
- Nevascas (em regiões de clima mais frio); e
- Ondas gigantes.
Os impactos dos ciclones extratropicais sobre a população podem ser devastadores, tanto em termos sociais quanto econômicos. O fenômeno pode causar mortes e ferimentos graves, como o ocorrido em setembro de 2023. Além disso, os ciclones extratropicais também afetam estradas, pontes e até atividades agrícolas e industriais.
Para minimizar os impactos dos ciclones extratropicais, os governos podem investir em medidas de prevenção e mitigação. Algumas ações incluem:
- Sistemas de alerta precoce: A implementação dos sistemas permite alertar a população sobre a aproximação de um ciclone e realizar evacuação de áreas de risco;
- Construções seguras: As edificações devem ser construídas seguindo normas de segurança, com o objetivo de resistir aos fortes ventos e às chuvas intensas; e
- Planos de emergência: Detalhamento de ações a serem tomadas em caso de desastre, pelas autoridades.
A diferença entre ciclone extratropical e ciclone tropical
Apesar de ambos serem sistemas de baixa pressão atmosférica que geram ventos fortes e chuvas, ciclones tropicais e ciclones extratropicais possuem características distintas. De modo geral, os fenômenos extratropicais atingem regiões maiores e são menos intensos que os tropicais, que são mais intensos e concentrados em determinada região.
Nos ciclones extratropicais, os ventos são fortes, mas geralmente menos intensos e mais irregulares do que os dos ciclones tropicais. As chuvas podem ser intensas, mas são mais associadas a frentes frias e podem variar em intensidade e duração. Geralmente são sistemas de maior escala, ou seja, atinge áreas maiores.
Já os ciclones tropicais possuem uma estrutura mais simétrica, com um centro de baixa pressão bem definido (olho do furacão). Os ventos são muito fortes e concentrados em torno do centro do ciclone. As chuvas são torrenciais — rápidas, com trovões e raios — e concentradas na região próxima ao centro do ciclone. Geralmente são sistemas de menor escala, mas podem ser extremamente intensos.