sábado, setembro 28, 2024
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entenda o método estudado para prever erupções

A ciência busca, há décadas, soluções para prever erupções vulcânicas. Ainda há muito caminho pela frente e até controvérsias sobre alguns métodos. É o caso dos chamados “relógios de cristal”, usados para calcular quanto tempo o magma é armazenado no subsolo antes de uma erupção e quanto tempo ele pode levar para chegar até a superfície.

Discussões sobre como começa uma erupção vulcânica

  • Cientistas explicam que à medida que o magma sobe pela crosta terrestre, ele pode causar terremotos, liberar fumaça e fornecer outras indicações de que uma erupção vulcânica está próxima.
  • No entanto, ainda não existe uma certeza sobre como ocorre o processo de subida do magma até a superfície.
  • Uma possibilidade é que seja uma ascensão direta, muito parecida com o conceito de espinha de magma, que ocorre em questão de dias.
  • A outra é que o magma sobe em direção à superfície e depois para, formando poças no subsolo.
  • Esse magma pode permanecer parado por milhares de anos antes de uma efetiva erupção.
Magma vira lava ao chegar à superfície nas erupções (Imagem: Reprodução/PxHere)

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Relógios de cristal podem prever quando o magma se movimenta?

Para tentar acabar com este impasse, pesquisadores recorreram a análise de cristais que se formam em rochas vulcânicas após erupções. Em 2014, cientistas da Universidade da Califórnia e da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, esmagaram rochas vulcânicas e peneiraram os cristais, incluindo plagioclásio, que se formaram na rocha quando o magma chega à superfície.

O plagioclásio pode ser usado na datação radiométrica, medindo quanto do urânio do mineral se decompôs. Como o plagioclásio é resistente e não pode derreter novamente, ele oferece uma maneira útil de medir quando o magma começou a se formar.

Também foi examinado outro tipo de cristal que pode ser usado para estimar há quanto tempo o magma está em estado líquido. Esta forma de relógio de cristal inclui plagioclásio, bem como piroxênio, olivina e quartzo. Um exame da extensão da difusão entre as camadas desses cristais poderia, dessa forma, fornecer informações sobre quanto tempo os minerais experimentaram temperaturas no nível da erupção.

Saber como o magma se movimenta é um dos desafios dos cientistas (Imagem: Nikolay Zaborskikh/Shutterstock)

Este trabalho marcou um avanço significativo sobre o tema e inspirou vários outros estudos desde então. No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences contesta esta visão.

Nela, uma equipe de cientistas afirmou que os cristais de magma são compostos de muitas camadas microscópicas que são formadas quando cada nova injeção de magma quente sobe de baixo para aquecer a rocha estagnada. Cada camada, segundo a teoria, deve ser quimicamente única, pois é feita de diferentes magmas. No entanto, com o tempo, os átomos migram entre as camadas, tornando sua composição química mais homogênea.

Por isso, os pesquisadores afirmam que examinar relógios de cristal fornece taxas de difusão inconsistentes. Em outras palavras, isso sugere que o método não é perfeito e que precisa ser acompanhado de mais estudos para realmente poder ajudar a prever a ocorrência de erupções.

Via Olhar Digital

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