domingo, setembro 22, 2024
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Engenheiros desenvolvem peixe-robô para coletar DNA marinho

Engenheiros do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETHZ) desenvolveram um peixe-robô para coletar DNA de ecossistemas marinhos no lago Zurique, na Suíça, quase sem ser notado.

Apelidado de Eve, o peixe-robô possui uma cauda de silicone que simula os movimentos de um peixe real e é impulsionado por bombas internas silenciosas. Equipado com algoritmos de navegação autônoma e aprendizado de máquina, Eve coleta dados e vídeos no ambiente dos recifes de corais sem ser invasivo.

Segundo o grupo de estudantes de engenharia Surf-eDNA, o design biomimético de Eve impede que outros peixes se assustem. O peixe-robô também grava imagens subaquáticas e utiliza um sistema sonar combinado com algoritmos para evitar obstáculos.

A pesquisadora de biologia molecular Martina Lüthi explica que animais marinhos liberam DNA no ambiente através de células da pele, cabelo, muco ou fezes. Isso permite que especialistas identifiquem espécies sem a necessidade de observação direta. “Foram dois anos de estudos para iniciarmos o projeto. Agora, conseguimos coletar dados sobre as espécies marinhas com mais facilidade e sem prejudicar os animais”, comemora ela.

Expansão do uso do peixe-robô Eve

Martina, que faz pós-doutorado na ETHZ, afirma que o peixe-robô pode ser adotado em outras regiões para estudos de biodiversidade marinha. Ele foi projetado para operar em água salgada, e não em água doce, como a dos lagos.

Em julho deste ano, a bióloga visitou a Amazônia para pesquisar o ecossistema local, mas sem a ajuda de Eve. Os resultados da pesquisa serão divulgados apenas no final do ano. Sobre a experiência no Brasil, ela comenta: “Gostei muito. Muito calor, mas adorei pesquisar a Amazônia!”.

Parcerias entre engenharia e biologia

Parcerias frequentes entre engenheiros e biólogos no ETHZ são comuns, segundo Martina, pois a tecnologia é vital para a coleta de dados em áreas de difícil acesso ou preservação.

Sem o peixe-robô, a pesquisa dependeria de amostras de água do lago, o que comprometeria os resultados. “O trabalho tem se tornado mais interessante quando a gente [engenharia e biologia] começou a trabalhar em conjunto”, disse.

Os testes de Eve no lago Zurique foram recentemente concluídos. Agora, de acordo com Martina, os planos incluem aprimoramentos tecnológicos e testes em diferentes condições e ecossistemas para avaliar o desempenho do robô.

Via Revista Oeste

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