Desde quando foi criado, em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) vem reforçando a cada edição seu papel como ferramenta fundamental para milhões de estudantes brasileiros que desejam ingressar no ensino superior.
Em 2024, segundo o Ministério da Educação (MEC), 4,32 milhões de pessoas se inscreveram e 3,18 milhões realizaram as provas, representando um aumento de 1,6% em relação a 2023.
Entre cursinhos preparatórios e simulados, é comum que todos os anos os estudantes interessados no Enem tenham uma série de dúvidas – e até mesmo se deparem com algumas mentiras – sobre o exame. Esclarecemos algumas das mais comuns:
FALSO. O edital do Enem exige caneta esferográfica, fabricada em material transparente, de tinta preta. O cartão-resposta não pode ser preenchido com caneta de outra cor, lápis ou lapiseira, sob o risco de ocorrer a anulação da prova. A caneta preta é importante para a leitura óptica dos gabaritos.
FALSO. Segundo a última edição da cartilha da redação do Enem, de 2024, o título é um elemento opcional. O que soma pontos mesmo é a tríade introdução, desenvolvimento e conclusão. O estudante pode até colocar título, mas ele não contribui para aumentar a nota do texto. No entanto, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a redação do Enem pode zerar caso tenha elementos como desenhos, sinais gráficos ou insultos – inclusive no título.
FALSO. O estudante pode levar seu celular, mas obviamente o aparelho deve ser desligado e colocado em embalagem específica com lacre, a qual é oferecida pelo Inep. Mesmo lacrado, se o aparelho tocar o participante pode ser desqualificado.
FALSO. A pontuação do Enem é calculada pelo Inep com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), metodologia estatística que leva em conta fatores como o número de questões corretas, dificuldade das questões que o estudante acertou e consistência da resposta, entre outros. Isso significa que se um aluno acerta questões difíceis, mas erra questões fáceis, a TRI pode deduzir que ouve sorte nos acertos mais complicados. Isso reduz a pontuação. É por isso que estudantes que acertam o mesmo número de questões podem ter médias diferentes.
FALSO. De acordo com o Inep, os participantes podem usar os resultados no Programa Universidade para Todos (ProUni) e no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que facilitam o acesso ao ensino superior em instituições privadas. Além disso, há faculdades particulares que também aceitam a nota do Enem no processo seletivo. Os resultados também podem ser usados em seleções de instituições portuguesas.
FALSO. Mesmo que o participante vá muito mal e erre todas as questões, a forma como a nota da prova do Enem é calculada não permite zerar. Na Teoria de Resposta ao Item existem notas mínimas, que nunca partem do zero, e máximas para cada área do conhecimento. Só é possível zerar na redação.
FALSO. Não há um limite estabelecido para fazer o exame, que ocorre anualmente. Os estudantes podem realizar o Enem quantas edições quiserem, sempre pagando a taxa de inscrição necessária.