O grupo italiano Enel pretende renovar os contratos para fornecer energia no Brasil por mais 30 anos. É a mesma companhia que administra as áreas que passaram por apagão no Estado de São Paulo em outubro de 2024.
Flavio Cattaneo, executivo-chefe global da Enel, revelou as intenções da empresa durante uma reunião para apresentar os planos de investimentos da companhia para os próximos dois anos. Ele foi enfático sobre a concessão para operar no mercado paulista: “Queremos que seja renovada”. Os contratos paulistas vencem em 2028.
Enel no Brasil
Atualmente, a Enel detém contratos para distribuir energia elétrica em parte dos territórios dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, além de ser a única concessionária na distribuição no Ceará. Ao todo, 33 milhões de brasileiros (16% da população do país) dependem da empresa para ter acesso à eletricidade. Esse portfólio já foi maior.
Até o fim de 2022, as concessões da Enel no Brasil também envolviam praticamente todos os municípios de Goiás. A companhia foi praticamente expulsa do Estado depois de anos com problemas de abastecimento.
O apagão de outubro gerou um alerta nas autoridades paulistas. Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, chegou a declarar que a companhia deveria deixar o país.
“Está claro que ela é incompetente e não se preparou para gerir a distribuição de energia na cidade de São Paulo”, disse. “Está claro que ela tem que sair daqui. Ela tem que sair do Brasil.”
Apagão em São Paulo
Em 11 de outubro, após uma tempestade que atingiu parte do Estado, 3,1 milhões de consumidores paulistas, clientes da Enel, ficaram sem energia elétrica. Apenas um terço deles teve os serviços restabelecidos na mesma noite. Grande parte dos atingidos são da Região Metropolitana de São Paulo — um dos lugares mais importantes para a economia brasileira.