O clima amistoso entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um evento no Palácio do Planalto nesta terça-feira, 12, irritou o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e gerou um novo atrito nos bastidores entre os dois políticos de direita.
Interlocutores de Bolsonaro classificaram como “lamentável” e disseram que se a ideia era ter um comportamento republicano, Tarcísio poderia ter enviado um secretário ao evento no qual o governo federal anunciou um financiamento de R$ 10 bilhões para melhorias no estado por meio do PAC.
O descontentamento do núcleo duro bolsonarista tem sido vocalizado pontualmente, por enquanto, por políticos com trânsito na família do ex-presidente, mas o próprio Bolsonaro não quer confronto direto.
Segundo um parlamentar bolsonarista próximo ao ex-presidente, ele não vai dar sinais agora para uma ofensiva do seu grupo nas redes.
“Esse encontro foi péssimo e desnecessário. Não consigo achar que foi coincidência ele sair da Argentina, onde estava com Bolsonaro e Milei, e ir encontrar o Lula. Não consigo entender de que lado Tarcísio está”, disse à CNN Paulo Chuchu, vereador de São Bernardo do Campo. Além de líder da “célula” bolsonarista no ABC, Chuchu integra o grupo político do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Fontes do Palácio dos Bandeirantes ouvidas pela CNN avaliam que Lula quebrou o protocolo e pediu que Tarcísio falasse no evento para desgastá-lo com os bolsonaristas e expor o governador.
Um auxiliar de Tarcísio disse que Lula fez questão de publicar as fotos nas redes logo após o evento em Brasília.
Para aliados, Tarcísio disse que as críticas eram “precificadas”, que tem pela frente a renegociação da dívida do estado e quem sabe a responsabilidade do resultado é quem está no cargo.
Procurada, a assessoria do Palácio do Planalto ainda não se manifestou.
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