As enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio afetaram até 92% dos postos de trabalho nas cidades mais atingidas. É o que mostra o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em informações divulgadas nesta quarta-feira, 3.
A pesquisa utiliza georreferenciamento de endereços. Com isso, o Ipea mapeou os estabelecimentos privados impactados por inundações e deslizamentos de terra. Os pontos dos estabelecimentos destruídos foram sobrepostos às áreas inundadas.
![A construção da nova estrutura, considerada emergencial, terá um custo de R$ 31 milhões aos cofres públicos | Foto: Divulgação/Dnit](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/1719563310667e742e5946f_1719563310_3x2_md.jpg)
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![Carros que sofreram danos vão a leilão no Rio Grande do Sul](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/Carros-alagados.webp)
![Casa arrastada pela enchente em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari (RS) | Foto: Tauany Cattan/Revista Oeste](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/20240614_160646-scaled.jpg)
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![Um dos bairros destruídos em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari (RS) | Foto: Tauany Cattan/Revista Oeste](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/20240614_170843-scaled.jpg)
![Notebook em meio aos destroços de uma casa, em Cruzeiro do Sul, no Vale do Taquari (RS) | Foto: Tauany Cattan/Revista Oeste](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/20240614_171529-scaled.jpg)
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![Plantação de milho em Estrela, no Vale do Taquari, depois de 40 dias das enchentes | Foto: Tauany Cattan/Revista Oeste](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/20240615_111304-scaled.jpg)
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![Quintal do restaurante Casa do Peixe, depois das enchentes | Foto: Tauany Cattan/Revista Oeste](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/20240616_121240-scaled.jpg)
![Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre | Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República](https://medias.revistaoeste.com/qa-staging/wp-content/uploads/2024/06/75dfb885ffb8736a752b652494b2590e.jpg)
Mapeamento das áreas atingidas no Rio Grande do Sul
Em cidades como Eldorado do Sul, na Grande Porto Alegre, e Roca Sales e Muçum, no Vale do Taquari, a projeção mostra que entre 74% e 82% dos estabelecimentos foram impactados.
Para esses municípios, as inundações prejudicaram entre 84% e 92% dos postos de trabalho, de acordo com o Ipea.
Rafael Pereira, um dos autores do estudo, informa que os números podem estar subnotificados. “Na metodologia que a gente usou, a gente faz a geolocalização do endereço”, explicou. “O grau de precisão vai variar. A gente ficou apenas com o resultado que tinha precisão confiável. Fizemos um trabalho de geolocalização em várias etapas.”
Possíveis subnotificações e impacto nos postos informais
Além disso, o impacto pode ser maior ao considerar postos de trabalho informais, não incluídos no levantamento. O estudo aborda estabelecimentos diretamente afetados por inundações, deslizamentos ou isolamento causado pelas enchentes.
A área afetada pelas inundações abrange cerca de 16 mil km². As chuvas atingiram 484 cidades gaúchas.
Nos 418 municípios em estado de calamidade ou emergência, 334,6 mil postos de emprego foram diretamente prejudicados, o que representa quase 14% das vagas registradas.
Utilização dos dados do eSocial
Os pesquisadores usaram dados do eSocial fornecidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Empregadores utilizam o sistema para registrar eventos como contratações e demissões. “Os dados do eSocial são organizados no nível do estabelecimento”, informa o estudo. “Conceitualmente, considera-se como estabelecimentos as unidades de uma mesma empresa (matriz) que estão separadas espacialmente, ou seja, com endereços distintos de operação da empresa. Por meio desses endereços, é possível encontrar a geolocalização dos vínculos dos trabalhadores.”
As enchentes atingiram 27% dos estabelecimentos em Porto Alegre e 38% dos postos de trabalho.
No Estado, o número de mortos em decorrência das chuvas chegou a 180 na terça-feira 2. Conforme a Defesa Civil estadual, 32 pessoas continuam desaparecidas, e há mais de 800 feridos.