quinta-feira, janeiro 30, 2025
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Empresa demite funcionários que reclamaram de atraso salarial

A empresa R7 Facilities, responsável por fornecer serviços a ministérios e outros órgãos públicos, demitiu funcionários na última semana depois de protestarem contra episódios de atraso salarial.

Conforme apuração do portal Metrópoles, pelo menos oito colaboradores foram convidados a assinar documentos de desligamento.

Uma ex-funcionária, que preferiu não ser identificada, contou que foi surpreendida no dia 15 deste mês. “Recebi uma mensagem na hora do almoço me convidando para a recepção”, conta. “Chegando lá, a recepcionista me deu um papel de demissão para assinar. Quando perguntei qual era a motivação, ela disse que era do meu interesse”, afirmou.

A ex-funcionária inicialmente se recusou a assinar o documento até que alguém do setor de Recursos Humanos explicasse a situação. No entanto, acabou por ceder. “Se eu não assinasse, eles iriam executar a demissão mesmo assim”, continuou.

Desde então, ela permanece desligada da empresa, sem previsão de receber os valores de rescisão, seguro-desemprego ou outros benefícios trabalhistas. “Inclusive, já tem outra pessoa no meu lugar”, ressaltou.

Segundo a trabalhadora, sua saída teve caráter político, pois ela sempre foi vocal em cobrar os pagamentos atrasados durante os 18 meses em que trabalhou na empresa. “Sempre fui muito incisiva em cobrar que o pagamento fosse feito no dia certo, que a empresa tivesse responsabilidade contratual”, disse.

Ela acredita que sua demissão foi uma forma de punição. “Nunca sofri nenhum tipo de advertência, nem mesmo verbal”, relata. “Entendo que é muito melhor não ter nenhum tipo de ligação contratual com uma empresa que não cumpre condições de trabalho.”

A ex-funcionária informou que, ao longo de um ano e meio, os salários foram atrasados em pelo menos quatro ocasiões. “Em janeiro, por exemplo, viemos receber apenas no dia 15, e o combinado é no quinto dia útil”, relatou.

Demissões podem ser represália a protestos contra atraso salarial

Em 13 de janeiro, trabalhadores da R7 Facilities protestaram em frente à sede do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania contra o atraso salarial deste mês. Durante o ato, também se reuniram com a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) e representantes de sindicatos.

Com as demissões, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos emitiu uma nota de repúdio, onde classificou os desligamentos como uma possível retaliação aos funcionários que participaram das reuniões com lideranças sindicais.

Érica Kokay eleições
Érica Kokay é deputada pelo Distrito Federal (DF) | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O Conselho pediu ao ministério que investigue as demissões e, caso confirmadas as irregularidades, encerre o contrato com a empresa. “Recomendamos ainda que o Ministério acompanhe rigorosamente o caso, garantindo o cumprimento de todos os direitos trabalhistas e revisando o contrato com a empresa, se necessário”, concluiu.

Em comunicado publicado nas redes sociais, a R7 Facilities negou a existência de demissões em massa. “Seguimos comprometidos em oferecer o melhor para nossos colaboradores, clientes e fornecedores”, declarou.

A empresa também reiterou que sua sede, localizada em Brasília, está aberta para receber visitas dentro do horário comercial. “Há cinco anos operamos no mesmo endereço, com funcionamento regular e portas abertas a todos que desejem conhecer nossas instalações”, acrescentou.

Via Revista Oeste

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