O apresentador Ratinho usou seu perfil no Instagram para cobrar posicionamentos de artistas sobre as queimadas na região do Pantanal. A declaração, feita em vídeo, foi publicada na quinta-feira 12.
“Estou no Pantanal, pescando, e estamos subindo com o barco por causa do ‘fumaceiro’ que está aqui”, disse Ratinho, em vídeo. “Há dificuldade até para descer com avião. Tá pegando fogo no Brasil, uma seca desgraçada… Eu queria cobrar daqueles artistas que apareciam e falavam da seca. Onde vocês estão?”
No vídeo, o apresentador questiona quem é o responsável pelos incêndios visto que, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o mandatário era tido como o “culpado” pelo aumento do índice de queimadas.
Ratinho também critica a falta de ação do governo Lula tanto em relação às queimadas quanto à morte de indígenas, citando os ministérios responsáveis.
“Antes, a culpa era do governo”, relembra. “Onde está o Ministério do Meio Ambiente? Nunca houve tanto fogo. Nunca morreu tanto índio. Agora, temos o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério do Meio Ambiente, que tem que cuidar e não está cuidando.”
No fim do vídeo, Ratinho afirma que os incêndios são provocados pela seca e ocorrem todos os anos, ao contrário das acusações de “incêndios criminosos” atribuídos ao agronegócio por setores da esquerda. Ele alega que a preocupação com as florestas é “politicagem”, já que o governo atual não enfrenta as mesmas cobranças que o anterior.
Brasil registra 5,3 mil focos de queimadas
Até a quinta-feira 12, o Brasil O Brasil registrava 5.363 focos de queimadas, de acordo com dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A Amazônia concentra a maioria das ocorrências, com 2.512 focos, 46,8% do total.
O Estado do Pará lidera o número de incêndios, com 1.484 focos registrados em 24 horas, seguido por Mato Grosso, com 1.057, e Tocantins, com 545.
Veja o ranking de queimadas no Brasil até esta quarta-feira, 11:
- Pará – 1.484 focos
- Mato Grosso – 1.057 focos
- Tocantins – 545 focos
- Acre – 469 focos
- Minas Gerais – 347 focos
- São Paulo – 327 focos
- Goiás – 229 focos
- Amazonas – 187 focos
- Mato Grosso do Sul – 158 focos
- Piauí – 132 focos
- Maranhão – 121 focos
Entre os seis biomas do Brasil, cinco registraram focos de fogo. O cerrado teve o segundo maior número de ocorrências, com 2.095 focos, que representa 39,1% do total.
Em agosto, o Brasil teve o pior número de queimadas em 14 anos, com 68.635 ocorrências, o quinto maior da série histórica, iniciada em 1998. Esse número representa um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023.
Em setembro, já são 45.764 focos de incêndio, totalizando 172.815 em 2024.
O país enfrenta uma seca histórica, a pior em 44 anos, conforme o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia.