O trailer oficial do filme Vai pra Cuba, Eduardo! tenta justificar a sangrenta Revolução Cubana, no Caribe, como um ato de amor. No material de apresentação do documentário, o protagonista Eduardo Moreira entrevista Aleida Guevara, filha de Che Guevara, que atribui ao amor a razão pelo conflito interno que matou mais de 5 mil pessoas.
O trailer, de 1m30seg de duração, destaca personalidades do regime comunista e tenta apresentar Cuba como um país que consegue manifestar uma identidade autêntica e independente.
O conteúdo começa com o protagonista Eduardo Moreira dizendo que você pode pode ir para qualquer país e fazer qualquer tipo de documentário. O ex-sócio do banco BTG Pactual passa, então, a mostrar algumas das fontes do seu material, entre eles, o escritor Frei Beto.
Nos destaques estão, também, o roteirista Maurício Arruda e a deputada cubana Llanisca Lugo. A parlamentar, por exemplo, diz que quem visita Cuba tem a oportunidade de compreender os diferenciais de sua população.
O trailer avança citando, por meio de legenda, o nome da produtora Juliana Baroni, que é mulher de Moreira e ganhou visibilidade nos anos 1990. Nesse período, Juliana ocupou o palco ao lado de Xuxa, atuando como paquita em programa da TV Globo.
Um dos trechos mais longos do trailer é o momento em que Moreira aparece entrevistando o ditador Miguel Dias-Canel, que foi nomeado em 2023 para o segundo mandato.
Trailer: pessoas precisam conhecer Cuba, diz ditador
No trecho, o ditador diz que as pessoas precisam conhecer melhor Cuba e não se limitar às informações daqueles que deixaram o país. “Não falam dos que são a maioria, os que seguem vivendo em Cuba.”
O vice-diretor do Centro Fidel Castro Ruz, Elier Cañedo, fala que o país tem uma cultura de resistência e de emancipação. Enquanto o dirigente diz que esse tipo de cultura gera “uma cultura de solidariedade”, o vídeo mostra imagens de empresas norte-americanas sendo desmontadas.
Com imagens de arquivo em preto e branco, o trailer destaca uma figura risonha por parte do guerrilheiro Ernesto Che Guevara. Mostra, ainda, um Fidel Castro decidido a enfrentar os Estados Unidos.
Para tentar dizer que o regime político-econômico cubano funciona, o vídeo se apoia em uma declaração do secretário da Assembleia Nacional do país caribenho, Homero Acosta, que relaciona as sanções norte-americanas à capacidade produtiva de Cuba. “Com 30% das medidas que os Estados Unidos impõem a Cuba, nenhum governo da América Latina resistiria”.