domingo, julho 7, 2024
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Em ‘filme’ feito com IA, criador do bitcoin é brasileiro

Traumatizado pelos tombos do governo Collor, ele foge do Brasil. Enquanto estuda no exterior, faz amigos e matuta uma nova tecnologia: o blockchain. E uma nova moeda: o bitcoin. Depois, decide desaparecer. Essa é a história contada num vídeo criado com inteligência artificial (IA) – um trailer do filme (fictício, provavelmente) Satoshi: A criação do bitcoin, que contaria a história de Satoshi Nakamoto.

  • Um vídeo produzido com inteligência artificial (IA) apresenta um trailer do filme (provavelmente fictício) Satoshi: A criação do bitcoin, que contaria a história de Satoshi Nakamoto. No trailer, Nakamoto é um brasileiro traumatizado pelos tombos do governo Collor que desenvolveu a tecnologia blockchain e a moeda bitcoin enquanto estudava no exterior;
  • O trailer contextualiza a inflação no Brasil em 1990, que, no enredo do vídeo, levou Nakamoto a estudar programação no exterior. Após matutar sobre sistemas descentralizados e a crise econômica global eclodir em 2008, Nakamoto cria o bitcoin e decide desaparecer para garantir o sucesso da criptomoeda;
  • Satoshi Nakamoto, cujo nome é um pseudônimo, desapareceu em 2011 e sua verdadeira identidade permanece um mistério. Desde o sumiço, sua carteira de bitcoin permanece intacta, avaliada em mais de US$ 45 bilhões. E sua figura enigmática alimenta especulações e teorias da conspiração até hoje.

“Filme fictício” porque, aparentemente, trata-se de um vídeo feito para um concurso de trailers de longas produzidos com inteligência artificial. Ou seja, o trailer existe. Mas o filme vendido nele, não. Pelo menos, por enquanto.

Cena de jornal com manchete sobre inflação em trailer de filme fictício sobre o criador do bitcoin
Trailer produzido com IA sobre criador do bitcoin começa com contextualização sobre inflação no Brasil (Imagem: Reprodução/YouTube)

Em suma, o trailer brinca com a ideia de como (e porquê) Satoshi teria desenvolvido o blockchain, criado o bitcoin e, no fim, decidido desaparecer. A produção parece uma mistura de Oppenheimer com Mr. Robot.

O trailer começa com contextualização: “A inflação no Brasil está fora de controle. Preços têm sido alterados diariamente. Senhoras e senhores, é março de 1990. O governo brasileiro acaba de anunciar que vai congelar as nossas poupanças. Nós simplesmente não podemos mais confiar no governo.”

Um pequeno Satoshi ouve essa notícia em casa, enquanto rabisca operações matemáticas num caderno. O trailer segue: “Muitos brasileiros têm partido do país em busca de oportunidades melhores.” E, pelo que dá a entender, Nakamoto estaria entre eles.

No exterior, ele aprende o que é um computador, se matricula num curso de programação, faz amizades e tenta mandar dinheiro para os pais, “mas as taxas são muito altas”. Enquanto isso, matuta sobre sistemas descentralizados – um dos conceitos trabalhados em aula.

Cena com Satoshi Nakamoto em trailer de filme fictício sobre o criador do bitcoin
Satoshi Nakamoto, criador do bitcoin, matuta sobre sistemas descentralizados (Imagem: Reprodução/YouTube)

“Aquela aula me fez pensar: dinheiro poderia ser descentralizado?”, questiona um dos amigos de Nakamoto. “Muitos tentaram, mas nunca conseguiram criar um sistema realmente seguro”, responde uma amiga. “Você não pode confiar em alguém que não se esforçou. Acho que podemos resolver isso”, diz Satoshi.

Então, vem o aviso de um professor: “Cuidado ao misturar computadores com dinheiro. Você precisa garantir que seja dinheiro fundamentado na realidade.”

Aparentemente, anos se passam e outro problema emerge: a “crise hipotecária causada por empréstimos irresponsáveis dos bancos”, em 2008. Nakamoto, traumatizado com o que ocorreu no governo Collor no Brasil, diz: “Está acontecendo de novo”.

No entanto, a amiga de Satoshi diz: “Mas desta vez será diferente”. Por que? Porque existe bitcoin. Pelo menos, é o que o vídeo dá a entender. Aí, o grupo decide fugir. E Nakamoto decide desaparecer.

“Isso só vai funcionar se eu desaparecer”, diz. “Você tem um problema sério de desconfiança”, diz a amiga. “Eu não confio. Eu verifico”, finaliza Nakamoto. Seja lá o que isso significa no contexto cripto.

Assista abaixo ao trailer (com áudio e legenda em inglês):

Satoshi Nakamoto, criador do bitcoin, desapareceu há 13 anos

Cena com Satoshi Nakamoto em trailer de filme fictício sobre o criador do bitcoin
No trailer, Nakamoto decide desaparecer para garantir o sucesso da criptomoeda (Imagem: Reprodução/YouTube)

Satoshi Nakamoto desapareceu em 2011. Curiosamente, a verdadeira identidade de Nakamoto permanece um mistério.

No trailer criado com IA, ele aparece como um homem brasileiro com traços asiáticos. Mas o nome é um pseudônimo que pode representar um homem, uma mulher, ou até mesmo um grupo. Não há informações confirmadas sobre sua idade, nacionalidade nem outras características pessoais.

Em 2008, Nakamoto emergiu na internet, propondo uma rede de blockchain que descentralizaria inúmeras atividades, especialmente no setor financeiro. Esta proposta capitalizou as ideias de tecnologias anteriores de ledger distribuído (DLTs), que falharam em ganhar tração.

Nakamoto nomeou essa rede de Bitcoin, detalhando suas operações e propósitos num white paper ainda disponível on-line (aquele que a moça encara num notebook no trailer). Este documento explicou os mecanismos do projeto e definiu a criação da moeda digital homônima.

Cena com anotações sobre bitcoin em trailer de filme fictício sobre o criador do bitcoin
(Imagem: Reprodução/YouTube)

O blockchain de Nakamoto foi inaugurado em 3 de janeiro de 2009, com a geração do “bloco gênese”. Este bloco continha uma referência à crise financeira de 2008, indicando a visão de Nakamoto do bitcoin como uma alternativa descentralizada e segura aos sistemas monetários convencionais.

Apesar de sua influência crescente, Nakamoto desapareceu em 24 de abril de 2011, sugerindo em seu último e-mail que havia “superado” o bitcoin e que se dedicava a outros projetos, deixando o desenvolvimento futuro do bitcoin nas mãos da comunidade cripto.

Desde então, a comunicação cessou e sua carteira de bitcoin, que contém uma soma avaliada em mais de US$ 45 bilhões (R$ 238 bilhões), permanece intacta e sob constante vigilância pela comunidade.

A aura de mistério que envolve Satoshi Nakamoto tem alimentado especulações e teorias da conspiração – o trailer criado com IA em questão surge deste caldo. Enquanto essas especulações continuam, o legado de Nakamoto prospera.

Via Olhar Digital

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