O governo federal anunciou, nesta quarta-feira (13), a abertura de uma consulta pública sobre o túnel Santos-Guarujá, no litoral de São Paulo.
O evento reuniu, em clima cordial, os ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e da Casa Civil, Rui Costa, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) – que trocaram agradecimentos durante a cerimônia.
“Quero agradecer de forma muito especial o ministro Silvio, que foi fundamental nesse arranjo. Agradeço também ao Rui por todo o apoio “, afirmou Tarcísio. O ministro Rui Costa, por sua vez, saudou Tarcísio pela participação no evento.
Ao falar sobre a complexidade da obra, o governador de São Paulo afirmou que existem desafio técnicos, mas que a tecnologia já é dominada. “Não há um obstáculo intransponível do ponto de vista da engenharia”.
A modelagem inicial do empreendimento teve o martelo batido. Será uma parceria público-privada (PPP), com leilão previsto para novembro de 2024. Os trabalhos devem começar em 2025.
“Vamos fazer a obra, mas é importante garantir a manutenção dos equipamentos e da infraestrutura ao longo do tempo”, disse Tarcísio sobre a importância de transformar a concessão numa PPP.
O ministro Silvio Costa filho afirmou que a obra deve gerar 5 mil empregos diretos e indiretos.
Quando pronto, o túnel vai atender a veículos rodoviários, veículos leves sobre trilhos (VLT), ciclistas e pedestres.
O túnel, com aproximadamente 860 metros, deve oferecer uma travessia rápida entre Santos e Guarujá, e reduzir significativamente o tempo de deslocamento, que hoje é feito por balsa.
A conexão unirá as margens direita e esquerda do terminal portuário, por onde passa 30% da balança comercial brasileira.
Segundo dados da Companhia Ambiental do Estado (Cetesb), responsável por conduzir o licenciamento ambiental da ligação seca Santos-Guarujá, o túnel deve reduzir os deslocamentos e as emissões veiculares de dióxido de carbono em até 53%.
O túnel deve atender aproximadamente 28 mil usuários do sistema de barcos e de balsas diariamente. A expectativa é de uma diminuição de até 70% da necessidade nas travessias entre a Ponta da Praia, em Santos, e Santa Rosa, no Guarujá.
Ainda no primeiro semestre deste ano, em parceria com os governos do estado e federal, a Frente Parlamentar da Ligação Seca fará uma visita técnica ao maior túnel submerso em construção no mundo, que ligará a Dinamarca à Alemanha, com 18 km de extensão.
A construção do túnel, que hoje tem valor estimado entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões, era idealizada por Tarcísio como uma contrapartida à privatização do porto de Santos.
O atual governador tocou diretamente esse processo quando era ministro da Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro. Seria uma obra de responsabilidade do futuro dono do porto.
A privatização foi imaginada para ocorrer em 2022, mas atrasou. Com a chegada de Lula ao governo federal, o plano de desestatização foi cancelado.
A partir daí, abriu-se uma disputa pela “paternidade” do megaprojeto. Tarcísio aventou a possibilidade de entrar com recursos estaduais, mas o túnel acabou sendo incluído no Novo PAC, e agora a União resolveu dispensar o dinheiro de São Paulo na equação financeira.
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