terça-feira, julho 2, 2024
InícioEconomiaEm ata, Copom diz que Selic a 10,5% é necessária para controlar...

Em ata, Copom diz que Selic a 10,5% é necessária para controlar a inflação

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) afirmou que a manutenção da taxa Selic em 10,5% é compatível com a sua estratégia para fazer a inflação convergir a um nível “ao redor” da meta no horizonte relevante, que inclui o ano de 2025. A informação consta na ata do último encontro, divulgada na manhã desta terça.

“A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária”, afirma o comitê.

Na mais recente reunião, da semana passada, o Copom decidiu interromper o ciclo de cortes da Selic, mantendo a taxa básica de juros em 10,5%. Hoje, na ata, o colegiado reforçou que a combinação entre cenário global incerto, resiliência da atividade doméstica, aumento das suas projeções de inflação e desancoragem das expectativas demanda “maior cautela.”

“A política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz a ata.

Copom elevou estimativa de juro real neutro, de 4,5% para 4,75%

Também consta da ata do Copom que o Banco Central aumentou a sua estimativa de taxa de juros real neutra, de 4,5% para 4,75%. A projeção do BC estava estável desde meados do ano passado.

“Em função da incerteza intrínseca e da própria natureza da variável, o Comitê reforçou que a taxa neutra não é uma variável que deve ser atualizada em frequência alta e que tampouco deveria ter movimentos abruptos, salvo em casos excepcionais. Nesse contexto, o Comitê elevou marginalmente a hipótese de taxa de juros real neutra em seus modelos para 4,75%”, diz a ata.

O Copom informou que, na discussão para definir a taxa Selic, avaliou cenários com um juro real neutro de 4,5% a 5%. Também reforçou que alguns fatores podem fazer a taxa neutra subir, citando o “esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública”.

Um aumento na taxa neutra de juros, segundo o comitê, teria impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade.


Redação Oeste, com informações da Agência Estado

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui