terça-feira, fevereiro 4, 2025
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Em ata, Copom admite novo estouro da meta de inflação em junho

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgou nesta terça-feira, 4, a ata da última reunião, na qual a autarquia decidiu subir a taxa básica de juros a 13,25% ao ano. O documento destaca que as expectativas de inflação aumentaram de forma significativa nos últimos meses.

O Copom também admitiu que, devido ao cenário adverso para inflação no curto prazo, as projeções no cenário de referência indicam o estouro da meta contínua do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em junho.

“Foi destacado, na análise de curto prazo, que, em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, alertou o BC.

“Desse modo, com a inflação de junho deste ano, configurar-se-ia descumprimento da meta sob a nova sistemática do regime de metas”, acrescentou.

A trajetória da inflação já ameaçava a gestão de Gabriel Galípolo a ter de se justificar por um eventual descumprimento da meta nos primeiros seis meses.

Com a mudança para o sistema de meta contínua de inflação a partir deste ano, o cumprimento da meta é apurado com base na inflação acumulada em 12 meses.

Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo. A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos.

A avaliação do colegiado é de que, no curto prazo, o cenário de inflação é adverso. “Os preços de alimentos se elevaram de forma significativa, em função, dentre outros fatores, da estiagem observada ao longo do ano e da elevação de preços de carnes, também afetada pelo ciclo do boi”, analisou o documento.

“Esse aumento tende a se propagar para o médio prazo em virtude da presença de importantes mecanismos inerciais da economia brasileira”, continuou.

O comitê também ponderou que, em relação aos bens industrializados, o movimento recente do câmbio pressiona preços e margens e sugere maior aumento em tais componentes nos próximos meses.

“Por fim, a inflação de serviços, que tem maior inércia, segue acima do nível compatível com o cumprimento da meta em contexto de atividade dinâmica e acelerou nas observações mais recentes”, completou a ata.

Gabriel Galípolo é o novo presidente do Banco Central (BC) | Foto: Reprodução/Twitter/X
Gabriel Galípolo é o novo presidente do Banco Central (BC) | Foto: Reprodução/Twitter/X

Copom diz não enxergar desaceleração na atividade doméstica

O colegiado afirmou ainda que não vê sinais de desaceleração abrupta da atividade doméstica.

“O Comitê apontou, como risco em um ambiente de taxas contracionistas e de piora das condições financeiras, a possibilidade de uma desaceleração doméstica mais forte do que a esperada, que poderia gerar impactos desinflacionários ao longo do tempo”, escreveu.

“Por outro lado, foi reforçado, em tal debate, que o cenário-base já contempla uma desaceleração e que não há evidência, mesmo incipiente, de desaceleração abrupta”, continuou.

O Copom destacou que uma desaceleração da economia já faz parte do seu cenário básico, e ponderou que dados mais recentes apontam para a possibilidade de moderação no crescimento da economia. No entanto, lembrou que é difícil tirar conclusões de números de alta frequência.

Via Revista Oeste

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