segunda-feira, setembro 30, 2024
InícioInternacionalElon Musk trava batalha contra censura na Austrália

Elon Musk trava batalha contra censura na Austrália

Nesta segunda-feira, 22, um tribunal da Austrália ordenou que o Twitter/X retirasse em 24 horas os vídeos do ataque ocorrido na semana passada em uma igreja em Sydney, quando um bispo foi esfaqueado. Reafirmando sua luta contra a censura no mundo, o bilionário Elon Musk, dono da plataforma, prometeu, nesta terça-feira, 23, apelar da ordem judicial.

O posicionamento de Musk gerou críticas do primeiro-ministro, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista (Labor Party, em inglês), representante da esquerda australiana. “Pensa que está acima da lei, mas também acima da decência comum”, disse o premiê em entrevista à ABC News.

Em resposta, Musk ridicularizou os comentários de Albanese e afirmou o compromisso do Twitter/X com a liberdade de expressão.

“Nossa preocupação é que se qualquer país for permitido censurar conteúdo para todos os países, que é o que a Comissária de eSegurança australiana está exigindo”, postou Musk, “então o que impedirá qualquer país de controlar toda a Internet?”

O magnata completou: “Já censuramos o conteúdo em questão para a Austrália, aguardando um recurso legal, e ele está armazenado apenas em servidores nos EUA.”

A senadora Jacqui Lambie pediu a prisão de Musk, enquanto outros políticos da esquerda e a mídia tradicional local intensificaram os ataques ao Twitter/X.

Entretanto, enquanto a mídia tradicional condenava amplamente Musk, os usuários australianos do Twitter/X apoiaram esmagadoramente sua posição sobre liberdade de expressão.

Assinando o texto como “muitos australianos”, o perfil “Aus Integrity”, no Twitter/X, fez um apelo ao bilionário: “Este governo tirânico não fala por todos nós”, escreveu. “Estamos revoltados com eles, não com você. Por favor, lute contra eles até os nossos tribunais superiores e vença”.

Na semana passada, a Comissaria de eSegurança da Austrália mencionada por Musk, um regulador independente, ameaçou o Twitter/X e outras empresas de mídia social com pesadas multas se não removessem os vídeos do esfaqueamento na igreja assíria.

O Twitter/X argumentou que a ordem “não está dentro do escopo da lei australiana”.

Entenda o caso

Na terça-feira, 16, imagens capturadas de uma transmissão ao vivo de uma missa mostraram o bispo Mar Mari Emmanuel falando no altar da igreja assiria Christ The Good Shepherd, no subúrbio de Sydney, quando um homem usando um moletom preto se aproximou do religioso e puxou uma arma branca, esfaqueando- o mais de cinco vezes.

Esse incidente, que as autoridades australianas chamaram de ato de terrorismo, resultou no bispo sendo hospitalizado com lacerações na cabeça.

Imagens viralizaram

As imagens se espalharam pelas plataformas de mídia social. A comissária de eSegurança da Austrália, Julie Inman Grant, ordenou que os sites retirassem o conteúdo do ar.

A Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsAppa, concordou, enquanto a empresa de Musk, o Twitter/X, ameaçou com ações legais numa tentativa de enfrentar a censura.

Grant buscou o tribunal antes de Musk e obteve uma liminar de dois dias contra a plataforma para bloquear o conteúdo na Austrália.

Quem é o bispo esfaqueado

O bispo Emmanuel ganhou notoriedade nas redes sociais após se manifestar contra o lockdown na Austrália em 2021, durante a pandemia de Covid-19.

A transmissão ao vivo do ataque contra ele levou a um tumulto nas ruas com até 2 mil pessoas em protesto, segundo as autoridades. Dezenas de policiais teriam ficaram feridos. Seis paramédicos tiveram que buscar abrigo na igreja e quase 100 carros foram danificados.

Um adolescente de 16 anos foi indiciado na sexta-feira, 19, pelo ataque, com uma acusação de terrorismo federal.



Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui