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Elon Musk acusa Donald Trump de ligação com o caso Epstein

O empresário Elon Musk fez, nesta quarta-feira, 5, uma declaração de forte repercussão política e judicial ao associar o nome do presidente Donald Trump ao caso Jeffrey Epstein, que envolveu acusações de tráfico sexual de menores e conexões com figuras públicas de alto escalão.

Em uma publicação em sua conta oficial na plataforma X, Musk afirmou que Trump consta nos chamados “arquivos Epstein” e sugeriu que essa seria a motivação para o governo manter em sigilo documentos relacionados ao caso.

“Hora de soltar a bomba realmente grande: Trump está nos arquivos de Epstein”, escreveu o empresário. A mensagem, postada às 16h10, alcançou mais de 44 milhões de visualizações até a publicação desta reportagem. “Essa é a verdadeira razão pela qual eles não foram tornados públicos”

Epstein, falecido em 2019, foi acusado de liderar uma rede de tráfico sexual de menores que envolvia empresários, políticos e celebridades. Desde então, parte dos registros oficiais do processo e da investigação segue sob sigilo. Diversas personalidades foram citadas em documentos públicos já liberados, mas outros nomes permanecem ocultos pelas autoridades.

Até o momento, Musk não apresentou documentos que corroborem sua afirmação. Não está claro se ele teve acesso direto aos arquivos sigilosos ou se baseou em outras fontes. A publicação não menciona datas, documentos específicos ou meios pelos quais teria obtido tal informação.

Trump responde acusação de Musk

Poucas horas depois da publicação de Musk, Trump respondeu diretamente por meio de dois posts na rede Truth Social. Ele minimizou a acusação feita pelo empresário e atribuiu as tensões recentes à sua decisão de retirar incentivos ligados à indústria de veículos elétricos, que impactariam os interesses empresariais do dono da Tesla.

Na primeira publicação, Trump escreveu: “Elon estava ‘ficando insuportável’, pedi para ele sair, retirei seu Mandato de Veículos Elétricos que obrigava todos a comprarem carros elétricos que ninguém mais queria (e ele sabia há meses que eu faria isso!), e ele simplesmente enlouqueceu!”, acusou.

Elon Musk com Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca | Foto: Reuters/Kevin Lamarque

Já no segundo post, o presidente adotou um tom mais institucional. Disse que não se incomoda com a mudança de postura de Musk, mas afirmou que ela deveria ter ocorrido anteriormente e aproveitou o espaço para defender um projeto de lei em tramitação no Congresso.

“Não me incomodo com o fato de Elon ter se voltado contra mim, mas ele deveria ter feito isso meses atrás”, avaliou. “Este é um dos maiores projetos de lei já apresentados ao Congresso. É um corte recorde de despesas, US$ 1,6 trilhão, e a maior redução de impostos já concedida.”

Relembre o caso Epstein

Epstein foi o centro de uma das investigações mais complexas e controversas sobre tráfico sexual de menores nos EUA. Empresário com conexões na alta sociedade norte-americana e europeia, ele manteve por anos uma rede estruturada de aliciamento e exploração de adolescentes, muitas delas com menos de 18 anos.

Os documentos judiciais analisados revelam que o esquema operava a partir de diversas propriedades de Epstein — como sua mansão em Manhattan, sua casa em Palm Beach e a ilha particular nas Ilhas Virgens, chamada de Little St. James.

As vítimas relataram que eram inicialmente convidadas para prestar “serviços de massagem”, mas os encontros evoluíam para abusos sexuais. Muitas das adolescentes também foram instruídas a recrutar outras meninas e ampliar a rede de exploração.

A socialite britânica Ghislaine Maxwell teve papel central nesse sistema. Ela foi acusada por testemunhas como responsável pelo recrutamento, preparação e coordenação das vítimas. Em julgamentos posteriores, Maxwell foi considerada cúmplice direta e condenada por tráfico sexual de menores, depois de um processo que detalhou sua participação ativa nos abusos.

Entre os nomes mencionados ao longo das investigações, aparecem políticos, empresários, cientistas e figuras da mídia, muitos dos quais mantinham relações de proximidade com Epstein. Embora a presença de nomes não implique culpa direta, os documentos sugerem que várias dessas personalidades frequentaram suas propriedades ou mantiveram contato contínuo com ele.

Em 2008, Epstein firmou um acordo judicial com promotores federais que o poupou de acusações mais graves e o permitiu cumprir uma pena branda com regime semiaberto. O acordo de não-persecução penal foi firmado sem o conhecimento das vítimas, em desacordo com a legislação federal de proteção a vítimas de crimes.

A prisão de Epstein em 2019 por novos crimes federais reacendeu o debate público. Poucas semanas depois, ele foi encontrado morto em uma cela federal em Nova York. A causa oficial foi registrada como suicídio, mas falhas de segurança no presídio — como câmeras desligadas e ausência de rondas obrigatórias — levantaram suspeitas e teorias alternativas.

Parte dos documentos ligados ao caso segue sob sigilo. A pressão por sua divulgação integral continua, especialmente por parte de vítimas, parlamentares e veículos de imprensa. Até o momento, os registros liberados oficialmente não incluem menção a Trump.



Via Revista Oeste

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