Nesta terça-feira, 1°, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) pediu ajuda contra facções criminosas na eleição municipal das cidades do Amazonas e de outros Estados.
Valério protocolou dois ofícios, um no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e outro na Polícia Federal, que solicitam o apoio de uma força-tarefa criada pela Corte, além da inteligência atualmente à disposição do tribunal.
“Relatos diários de violência e intimidação nos chegam de vários municípios e mostram que, caso não se tomem providências enérgicas e imediatas para monitorar o avanço das facções nessa reta final das campanhas, candidaturas legítimas de prefeitos e vereadores serão barradas pelo narcotráfico em todo país, especialmente no meu Estado”, constatou o parlamentar no documento encaminhado à presidente do tribunal, Cármen Lúcia, que menciona o PCC e o Comando Vermelho.
Conforme Valério, as facções estão vetando e apoiando candidatos, proibindo pedidos de votos, impedindo o corpo a corpo de políticos e ordenando a retirada de propaganda de candidatos desafetos. “Isso é extremamente assustador e mostra que, se não houver providências enérgicas para monitorar e barrar o avanço das facções sobre as candidaturas, vamos caminhar para a criação de um Narcoestado como a Venezuela, onde os criminosos já chegaram as mais altas instâncias de Poder”, observou o senador.
Cármen vê interferência do crime organizado na eleição municipal
Em uma entrevista ao jornal O Globo, Cármen disse ver indícios de envolvimento do crime organizado nas eleições.
“Há um risco real de que esse comportamento se estenda às instâncias estaduais e até nacionais”, observou Cármen, em entrevista publicada pelo jornal O Globo, neste domingo, 29. “É grave esse atrevimento criminoso. Tudo isso mostra que a questão não pode ser subestimada.”
De acordo com a presidente do TSE, é preciso adotar “medidas imediatas, tanto para evitar que os criminosos alcancem seus objetivos quanto para impedir que algo que já tenha começado em outros momentos se perpetue”.