A lenda popular dos cemitérios de elefantes é algo presente no nosso imaginário há muito tempo, e observações recentes de filhotes de elefantes asiáticos enterrados podem finalmente dar algum crédito a essa lenda. As informações são do The Conversation.
Uma pesquisa publicada no Journal of Threatened Taxa mostra dois cientistas descrevendo cinco casos em que filhotes de elefante foram encontrados enterrados com as pernas eretas dentro de trincheiras de irrigação de plantações de chá no norte de Bengala (Índia).
Descobertas dos especialistas levam a crer que talvez esses animais realmente escolham ir a um lugar para morrer juntos, seu próprio cemitério. Eles argumentam que o posicionamento incomum, o solo ao redor sendo compactado pelas patas de vários elefantes e os ferimentos sugestivos de arrasto após a morte apontam para práticas funerárias intencionais.
Trata-se de conclusão que, se correta, indicam compreensão da morte e do luto potencialmente diferente de tudo o que vimos no reino animal, revelando ainda que a forma de lidar com a morte não é algo em que os humanos são tão únicos como se pensava anteriormente.
Evidências arqueológicas sugerem que nossos ancestrais hominídeos enterram seus mortos há pelo menos 100 mil anos, podendo até ser por muito antes, porém, uma incógnita ainda muito grande paira sobre as razões que elefantes possam fazer esses enterros.
Aos humanos, o enterro não é apenas uma questão de eliminação de corpos, mas uma expressão de pesar e uma homenagem à vida que passou. Até hoje, quase não se tem evidência de nenhuma espécie animal que enterrasse sistematicamente os seus mortos da forma ritualizada como nós o fazemos.
Enterro dos elefantes tem um significado?
- Os pesquisadores acreditam é que é incerto dizer que os elefantes realizam enterros de modo intencional. Hipóteses para qualquer lado ainda não podem ser descartadas;
- No entanto, relatos de enterros que eles “realizam” são consistentes com o que sabemos sobre as reações únicas que os elefantes tem com relação à morte;
- A espécie já foi observada analisando cadáveres de filhotes mortos. Eles frequentemente mostram mudança de comportamento ao se aproximarem da carcaça de um membro da família ou de outro indivíduo;
- É comportamento que pode envolver investigação da carcaça em silêncio, ou mesmo tentar mover ou despertar a carcaça e, em raras ocasiões, colocar lama ou grandes folhas de palmeira sobre o cadáver;
- Um conjunto de comportamentos que, de alguma forma, é possível relacionar com o que nós humanos fazemos em momentos de tristeza pelo luto.
Ainda que não há, por hora, resposta definitiva se os elefantes realmente escolhem ou não enterrar os seus mortos, suas reações emocionais à morte de membros da família ou associados são inegavelmente extraordinárias e profundamente comoventes de observar.