A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, declarou neste domingo, 8, que Edmundo González, candidato que disputou a presidência contra o ditador Nicolás Maduro, vai tomar posse em 10 de janeiro, conforme estipulado pela Constituição.
González chegou recentemente à Espanha, onde recebeu asilo político. Em um áudio divulgado por seus assessores, ele afirmou que vai continuar na luta pela democracia e liberdade dos venezuelanos a partir do exílio.
Edmundo González toma posse em exílio e María Corina permanece em Caracas
Líder da oposição impedida pelo regime de Maduro de concorrer nas eleições presidenciais (apesar de ser a favorita nas primárias), María Corina diz que pretende permanecer em Caracas.
“Que isso fique muito claro a todos: Edmundo lutará de fora junto à nossa diáspora, enquanto eu continuarei fazendo isso aqui, junto de vocês”, escreveu ela em um comunicado. “Serenidade, coragem e firmeza! Venezuelanos, lutaremos até o fim, e a vitória é nossa.”
Repressão contra oposição depois do pleito
Na mesma nota, María Corina relatou que, depois do pleito, o regime de Maduro desencadeou uma brutal onda de repressão “que incluiu todo tipo de ataques contra o presidente eleito e seu entorno”.
“A vida de Edmundo estava em perigo, e as crescentes ameaças, intimações, ordens de prisão, e até mesmo as tentativas de chantagem e coerção das quais foi alvo, demonstram que o regime não tem escrúpulos nem limites em sua obsessão de silenciá-lo e tentar fazê-lo ceder”, prosseguiu ela. “Diante dessa brutal realidade, é necessário para a nossa causa preservar sua liberdade, sua integridade e sua vida.”
‘Caráter criminoso’ da ditadura de Maduro
A líder também destacou que a perseguição do regime venezuelano contra ela e seus aliados é mais uma prova do “caráter criminoso, que os deslegitima e afunda cada vez mais”, acusando a ditadura de tentar dar um golpe de Estado.
A data de 10 de janeiro, mencionada por María Corina, é a fixada pela Constituição venezuelana para a posse presidencial. As eleições deste ano ocorreram em 28 de julho, data escolhida pelo Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo.