terça-feira, outubro 1, 2024
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Eclipse solar anular: saiba quais são as fases do evento

Conforme noticiado pelo Olhar Digital, nesta quarta-feira (2), acontece um eclipse solar anular, quando o Sol será transformado em um impressionante “Anel de Fogo” que poderá ser observado em partes do Oceano Pacífico, incluindo o Havaí, além do sul do Chile e da Argentina.

Os locais citados são aqueles que terão a chance de ver o fenômeno em sua totalidade, ou seja, o “Anel de Fogo” completo. Algumas áreas do globo, incluindo o Brasil, verão frações do eclipse, dependendo da proximidade geográfica com a rota da anularidade. Outras regiões, não terão acesso ao evento.

Um eclipse anular do Sol atravessa quatro fases principais. Antes de descrevê-las, vamos primeiro entender como esse tipo de eclipse ocorre.

Fases do eclipse solar anular. Crédito: Allexxandar – Shutterstock

Sobre o eclipse solar anular:

  • Um eclipse solar se caracteriza quando a Lua passa entre a Terra e o Sol lançando uma sombra sobre determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar.;
  • Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total;
  • Há ainda um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos eles: o eclipse solar híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023);
  • O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é coberta pela Lua;
  • Nesse caso, praticamente não há alteração da luminosidade do dia;
  • Por sua vez, o eclipse total se dá quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, fazendo o dia escurecer por completo;
  • Já o eclipse solar anular é bem parecido com o total, porque a Lua cobre o Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno – o chamado “Anel de Fogo”;
  • Isso acontece porque ela está mais distante da Terra (no apogeu ou próximo a ele), fazendo com que sua circunferência aparente seja menor que a do Sol.

A parte central da sombra do eclipse, onde um anel de luz solar envolve completamente a Lua, é chamada de antumbra. Quem estiver em áreas onde a antumbra é visível verá o fenômeno da anularidade. No entanto, o caminho do eclipse passará principalmente sobre o oceano, o que significa que apenas 0,002% da população mundial – cerca de 175 mil pessoas – terão a oportunidade de observar o “Anel de Fogo” completo.

Nas regiões fora da antumbra, onde a Lua projeta uma sombra externa mais leve, conhecida como penumbra, o eclipse será parcial. Desta vez, cerca de 245 milhões de pessoas, representando 3% da população mundial, poderão ver alguma parte do eclipse:

  • No ponto máximo do eclipse no Pacífico, a Lua cobrirá 93% do centro do Sol, e o “Anel de Fogo” ficará visível por 7 minutos e 25 segundos;
  • O fenômeno vai percorrer um longo trajeto, subindo ao sul do Havaí no Oceano Pacífico Norte e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul no Oceano Atlântico Sul;
  • Essa viagem é de 14.163 km, com o caminho entre 265 a 331 km de largura;
  • Pouco dessa trilha atravessa solos, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina na América do Sul dentro do caminho da anularidade;
  • No Brasil, o “Anel de Fogo” completo não poderá ser observado.
Um eclipse solar anular registrado em 2012, em Tóquio, no Japão. Crédito: THEJAB – Shutterstock

Em ordem crescente de maior percentual eclipsado do Sol, os estados de onde será possível ver o eclipse são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.

De acordo com o Observatório Nacional (ON), em São Paulo, o fenômeno será visto de forma parcial, começando às 16h51 (pelo horário de Brasília), terminando às 18h23, com o pôr do Sol. No Rio de Janeiro, poderá ser visto a partir das 16h59, com o Sol desaparecendo no horizonte às 17h50. Em Minas Gerais, o evento ocorre das 18h59 às 18h15.

O que vai acontecer durante o eclipse solar?

De acordo com a linha do tempo formulada pela plataforma de meteorologia Time and Date, (com cronometragem aproximada, já que os eclipses não são todos exatamente iguais) o passo a passo do eclipse solar é o seguinte:

FASE 1: Primeiro contato

  • 90 minutos antes da anularidade: Início do eclipse parcial 

Ocorre o primeiro contato entre a borda da Lua e a borda do Sol. Os óculos próprios para eclipse devem ser usados desde o início do evento, para evitar danificar seriamente os olhos.

Quando a Lua encosta na borda do Sol, ocorre o chamado primeiro contato. Crédito: Vítor R. Ruiz – Flickr / Creative Commons
  • 60 minutos antes da anularidade: Obscurecimento a 25%

Neste momento, um quarto da área do disco do Sol está coberto pela Lua.

  • 50 minutos antes da anularidade: Mudanças de temperatura 

Conforme a Lua encobre o Sol, a quantidade de energia solar que chega ao solo diminui, causando uma queda na temperatura do ar.

  • 45 minutos antes da anularidade: Sombras nítidas e desfocadas 

As bordas das sombras que estão alinhadas com o crescente estreito do Sol começam a ficar mais nítidas; as bordas que estão em ângulos retos com a forma crescente do Sol permanecem mais borradas.

  • 30 minutos antes da anularidade: O céu escurece 

Com cerca de dois terços do disco do Sol agora coberto pela Lua, o céu começa a ficar visivelmente mais escuro.

  • 20 minutos antes da anularidade: Temperatura, umidade e vento

As condições no solo e na atmosfera continuam mudando à medida que a quantidade de energia solar diminui – a sombra da Lua pode causar pequenas variações na força e direção do vento.

  • 15 minutos antes da anularidade: Nível de luz e cores

Os arredores começam a escurecer, enquanto as cores começam a ficar acinzentadas. Neste momento, a Lua agora eclipsa mais de 75% do disco do Sol.

  • 10 minutos antes da anularidade: A natureza reage

O comportamento de animais e plantas começa a ser afetado pela queda dos níveis de luz, como se a noite tivesse chegado cedo.

  • 5 segundos antes da anularidade: Contas de Baily

Pouco antes da anularidade, contas de luz solar fluem através de vãos ao longo da borda da Lua.

Pontos de luz solar (Contas de Baily) fluem através de vãos ao longo da borda da Lua. Crédito: Williams College Solar Eclipse Expeditions

FASE 2: Segundo contato

O momento em que o Sol forma um anel ao redor da Lua é chamado de segundo contato. O fino círculo de luz solar que permanece ainda é perigoso a olho nu – os óculos de eclipse NÃO devem ser removidos em hipótese alguma.

O Sol brilha como um deslumbrante anel ao redor da silhueta escura da Lua.

“Anel de Fogo” completo. Crédito: luchschenF – Shutterstock

O ponto mais profundo do eclipse, quando o Sol está mais escondido atrás da Lua. Este é mais ou menos o meio do caminho: as características do eclipse agora se repetem em ordem inversa.

FASE 3: Terceiro contato

Neste momento, em que a borda da Lua expõe o Sol, ocorre o chamado terceiro contato, quando o eclipse deixa de ser anular para ser parcial. Um novo conjunto de contas de Baily aparece ao longo da borda da Lua, sinalizando o início da segunda fase parcial do eclipse.

  • 10 minutos após a anularidade: A natureza volta ao normal

Quando “a noite volta a ser dia”, animais e plantas retomam seus padrões habituais de comportamento.

  • 15 minutos após a anularidade: Níveis de luz e temperatura

As condições do céu e arredores começam a voltar ao normal, e um efeito chamado defasagem térmica provoca ligeiras mudanças de temperatura.

  • 60 minutos após a anularidade: Obscurecimento a 25%

Faltando cerca de meia hora para o eclipse chegar ao fim, 25% do disco do Sol permanece coberto pela Lua.

FASE 4: Quarto contato

  • 90 minutos após a anularidade: Fim do eclipse parcial

O momento em que a borda da Lua toca pela última vez a borda do Sol é chamado de quarto contato. Depois disso, eles se distanciam e o evento termina.

Para saber exatamente o horário que o eclipse começa e termina na sua cidade e qual etapa será possível testemunhar de onde você está, consulte o mapa interativo neste link. E não se esqueça: você pode acompanhar tudo em tempo real pela transmissão ao vivo do Olhar Digital (saiba como aqui), que vai trazer inclusive imagens do “Anel de Fogo” completo.

Via Olhar Digital

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