Conforme noticiado pelo Olhar Digital, nesta quarta-feira (2), acontece um eclipse solar anular, quando o Sol será transformado em um impressionante “Anel de Fogo” que poderá ser observado em partes do Oceano Pacífico, incluindo o Havaí, além do sul do Chile e da Argentina.
Os locais citados são aqueles que terão a chance de ver o fenômeno em sua totalidade, ou seja, o “Anel de Fogo” completo. Algumas áreas do globo, incluindo o Brasil, verão frações do eclipse, dependendo da proximidade geográfica com a rota da anularidade. Outras regiões, não terão acesso ao evento.
Um eclipse anular do Sol atravessa quatro fases principais. Antes de descrevê-las, vamos primeiro entender como esse tipo de eclipse ocorre.
Sobre o eclipse solar anular:
- Um eclipse solar se caracteriza quando a Lua passa entre a Terra e o Sol lançando uma sombra sobre determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar.;
- Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total;
- Há ainda um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos eles: o eclipse solar híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023);
- O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é coberta pela Lua;
- Nesse caso, praticamente não há alteração da luminosidade do dia;
- Por sua vez, o eclipse total se dá quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, fazendo o dia escurecer por completo;
- Já o eclipse solar anular é bem parecido com o total, porque a Lua cobre o Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno – o chamado “Anel de Fogo”;
- Isso acontece porque ela está mais distante da Terra (no apogeu ou próximo a ele), fazendo com que sua circunferência aparente seja menor que a do Sol.
A parte central da sombra do eclipse, onde um anel de luz solar envolve completamente a Lua, é chamada de antumbra. Quem estiver em áreas onde a antumbra é visível verá o fenômeno da anularidade. No entanto, o caminho do eclipse passará principalmente sobre o oceano, o que significa que apenas 0,002% da população mundial – cerca de 175 mil pessoas – terão a oportunidade de observar o “Anel de Fogo” completo.
Nas regiões fora da antumbra, onde a Lua projeta uma sombra externa mais leve, conhecida como penumbra, o eclipse será parcial. Desta vez, cerca de 245 milhões de pessoas, representando 3% da população mundial, poderão ver alguma parte do eclipse:
- No ponto máximo do eclipse no Pacífico, a Lua cobrirá 93% do centro do Sol, e o “Anel de Fogo” ficará visível por 7 minutos e 25 segundos;
- O fenômeno vai percorrer um longo trajeto, subindo ao sul do Havaí no Oceano Pacífico Norte e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul no Oceano Atlântico Sul;
- Essa viagem é de 14.163 km, com o caminho entre 265 a 331 km de largura;
- Pouco dessa trilha atravessa solos, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina na América do Sul dentro do caminho da anularidade;
- No Brasil, o “Anel de Fogo” completo não poderá ser observado.
Em ordem crescente de maior percentual eclipsado do Sol, os estados de onde será possível ver o eclipse são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.
De acordo com o Observatório Nacional (ON), em São Paulo, o fenômeno será visto de forma parcial, começando às 16h51 (pelo horário de Brasília), terminando às 18h23, com o pôr do Sol. No Rio de Janeiro, poderá ser visto a partir das 16h59, com o Sol desaparecendo no horizonte às 17h50. Em Minas Gerais, o evento ocorre das 18h59 às 18h15.
O que vai acontecer durante o eclipse solar?
De acordo com a linha do tempo formulada pela plataforma de meteorologia Time and Date, (com cronometragem aproximada, já que os eclipses não são todos exatamente iguais) o passo a passo do eclipse solar é o seguinte:
FASE 1: Primeiro contato
- 90 minutos antes da anularidade: Início do eclipse parcial
Ocorre o primeiro contato entre a borda da Lua e a borda do Sol. Os óculos próprios para eclipse devem ser usados desde o início do evento, para evitar danificar seriamente os olhos.
- 60 minutos antes da anularidade: Obscurecimento a 25%
Neste momento, um quarto da área do disco do Sol está coberto pela Lua.
- 50 minutos antes da anularidade: Mudanças de temperatura
Conforme a Lua encobre o Sol, a quantidade de energia solar que chega ao solo diminui, causando uma queda na temperatura do ar.
- 45 minutos antes da anularidade: Sombras nítidas e desfocadas
As bordas das sombras que estão alinhadas com o crescente estreito do Sol começam a ficar mais nítidas; as bordas que estão em ângulos retos com a forma crescente do Sol permanecem mais borradas.
- 30 minutos antes da anularidade: O céu escurece
Com cerca de dois terços do disco do Sol agora coberto pela Lua, o céu começa a ficar visivelmente mais escuro.
- 20 minutos antes da anularidade: Temperatura, umidade e vento
As condições no solo e na atmosfera continuam mudando à medida que a quantidade de energia solar diminui – a sombra da Lua pode causar pequenas variações na força e direção do vento.
- 15 minutos antes da anularidade: Nível de luz e cores
Os arredores começam a escurecer, enquanto as cores começam a ficar acinzentadas. Neste momento, a Lua agora eclipsa mais de 75% do disco do Sol.
- 10 minutos antes da anularidade: A natureza reage
O comportamento de animais e plantas começa a ser afetado pela queda dos níveis de luz, como se a noite tivesse chegado cedo.
- 5 segundos antes da anularidade: Contas de Baily
Pouco antes da anularidade, contas de luz solar fluem através de vãos ao longo da borda da Lua.
FASE 2: Segundo contato
O momento em que o Sol forma um anel ao redor da Lua é chamado de segundo contato. O fino círculo de luz solar que permanece ainda é perigoso a olho nu – os óculos de eclipse NÃO devem ser removidos em hipótese alguma.
O Sol brilha como um deslumbrante anel ao redor da silhueta escura da Lua.
O ponto mais profundo do eclipse, quando o Sol está mais escondido atrás da Lua. Este é mais ou menos o meio do caminho: as características do eclipse agora se repetem em ordem inversa.
FASE 3: Terceiro contato
Neste momento, em que a borda da Lua expõe o Sol, ocorre o chamado terceiro contato, quando o eclipse deixa de ser anular para ser parcial. Um novo conjunto de contas de Baily aparece ao longo da borda da Lua, sinalizando o início da segunda fase parcial do eclipse.
- 10 minutos após a anularidade: A natureza volta ao normal
Quando “a noite volta a ser dia”, animais e plantas retomam seus padrões habituais de comportamento.
- 15 minutos após a anularidade: Níveis de luz e temperatura
As condições do céu e arredores começam a voltar ao normal, e um efeito chamado defasagem térmica provoca ligeiras mudanças de temperatura.
- 60 minutos após a anularidade: Obscurecimento a 25%
Faltando cerca de meia hora para o eclipse chegar ao fim, 25% do disco do Sol permanece coberto pela Lua.
FASE 4: Quarto contato
- 90 minutos após a anularidade: Fim do eclipse parcial
O momento em que a borda da Lua toca pela última vez a borda do Sol é chamado de quarto contato. Depois disso, eles se distanciam e o evento termina.
Para saber exatamente o horário que o eclipse começa e termina na sua cidade e qual etapa será possível testemunhar de onde você está, consulte o mapa interativo neste link. E não se esqueça: você pode acompanhar tudo em tempo real pela transmissão ao vivo do Olhar Digital (saiba como aqui), que vai trazer inclusive imagens do “Anel de Fogo” completo.