Cientistas da Rice University e da Universidade do Michigan descobriram que, enquanto você está dormindo, seu cérebro tenta prever acontecimentos futuros – além de reproduzir experiências recentes. A descoberta faz parte de um estudo sobre sono e aprendizagem publicado em maio na revista Nature.
Entenda:
- Cientistas descobriram que o cérebro tenta prever experiências futuras nos sonhos;
- Enquanto dormimos, o cérebro também reproduz acontecimentos recentes;
- A equipe analisou os neurônios individuais de um grupo de ratos treinados para percorrer um trajeto com recompensas;
- As ondas neurais ajudaram a prever com quais partes do trajeto os roedores sonhavam;
- O estudo foi publicado na revista Nature.
A pesquisa foi motivada pela descoberta, há algumas décadas, de que neurônios de animais adormecidos são capazes de reproduzir explorações prévias de novos trajetos – aliada ao fato de que o cérebro consegue transformar experiências recentes em memórias estáveis durante o sono.
Cérebros de ratos “ensaiaram” futuro durante o sono
No experimento, a equipe treinou um grupo de ratos para correr em um percurso reto com recompensas em cada uma das extremidades. Os cientistas observaram que, durante o trajeto, os neurônios individuais no hipocampo dos roedores “aumentavam”, indicando que o cérebro “se importava” mais com determinadas áreas do percurso.
A equipe, então, criou uma abordagem estatística de aprendizagem automática para tentar determinar em qual parte do trajeto os animais estavam durante os sonhos. Com as informações, os pesquisadores conseguiram estimar que, durante o sono, os neurônios individuais dos ratos se estabilizam e ajustam suas representações espaciais, “ensaiando” experiências futuras.
“Podemos ver essas mudanças ocorrendo durante o sono e, quando colocamos os animais de volta no ambiente pela segunda vez, é possível validar que essas alterações realmente refletem algo que foi aprendido enquanto os animais dormiam. É como se a segunda exposição ao espaço realmente acontecesse durante o sono do animal”, explicou Caleb Kemere, participante do estudo, em comunicado.
Sonhar com o futuro ainda não é algo muito científico. Mas, tentar, sim!