sexta-feira, novembro 22, 2024
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Drones e LiDAR revelam segredos sobre antiga Rota da Seda

A Rota da Seda ajudou a formar o mundo que conhecemos hoje. Apesar de o nome dela ser no singular, eram, na verdade, várias rotas comerciais que ligavam o Ocidente ao Oriente – e vice-versa.

E, apesar do nome “seda”, outros bens também eram levados por esses caminhos (muito embora o tecido tenha sido o principal, com origem na China e destino na Europa).

Os historiadores afirmam que ela pode ser considerada a maior rede comercial do mundo na Antiguidade e na Idade Média. Grandes civilizações como Egito Antigo, Mesopotâmia, Pérsia e até mesmo Roma, tiraram proveito desses trajetos, pelos quais passavam comerciantes, religiosos, soldados e aventureiros.

Inicialmente, as rotas eram cobertas apenas por meios terrestres. Com o passar do tempo, porém, os navios foram assumindo o protagonismo, levando alguns dos antigos caminhos ao esquecimento.

Além dos trajetos, cidades que se formaram no entorno também desapareceram, sobretudo aquelas que ficavam em regiões de difícil acesso, como as montanhas.

Um estudo recém-divulgado na Nature tenta recontar a história de algumas delas. Tugunbulak e Tashbulak ficavam nas montanhas do leste do Uzbequistão, a uma altura de aproximadamente 2,2 mil metros acima do nível do mar.

Grandes centros urbanos

  • O trabalho foi conduzido por arqueólogos e historiadores da Universidade de Washington (EUA) e do Centro Nacional de Arqueologia do Uzbequistão;
  • Eles descobriram rastros do que seria uma cidade nas montanhas em 2011 e 2015;
  • O estudo, no entanto, só foi concluído agora graças às novas tecnologias;
  • Utilizando um drone e um sensor LiDAR, os pesquisadores conseguiram projetar algumas construções – e se deram conta de que as cidades eram bem maiores do que imaginavam;
  • Tugunbulak, por exemplo, cobria área de 120 hectares;
  • Isso pode parecer pequeno para os padrões atuais, mas era extremamente grande para a época;
  • Os dados LiDAR foram reunidos em modelos 3D das duas cidades, mas os autores não puderam apontar com exatidão o que era cada edificação (para isso, seriam necessárias mais escavações);
  • Analisando o terreno também, eles descobriram que as cidades estão localizadas perto de veios ricos de minério de ferro;
  • O professor Michael Frachetti, da Universidade de Washington, acredita que a economia local se baseava nesse metal – além, claro, do comércio.
Projeções mostram que a cidade no meio da montanha era bem grande para os padrões da época (Imagem: Reprodução/Universidade de Washington)

Difícil de morar – e de pesquisar

Drone e sensor LiDAR projetaram algumas construções, mostrando que as cidades eram bem maiores do que imaginavam (Imagem: Reprodução/Universidade de Washington)

Essa foto tirada por um drone mostra como está hoje o local onde ficava uma das cidades. Bom, não parece muito convidativo para se viver. Fica isolada e não tem uma fonte próxima de água doce, por exemplo.

Mas, mesmo assim, as pessoas conseguiram transformar esse terreno em centro urbano próspero. O que mostra como o ser humano se adapta bem a diferentes situações. Ainda mais quando o dinheiro está em jogo.

Segundo o IFL Science, a equipe espera, agora, encontrar novos resquícios de cidades montanhosas pela região, seguindo a antiga Rota da Seda. A missão, entretanto, não será das mais fáceis. Isso porque os drones são restritos no Uzbequistão – o governo de lá costuma adotar umas regras bastante rígidas.

Os cientistas conseguiram permissão para realizar esse primeiro trabalho. Querem, agora, ampliar a área de alcance, sob o argumento de que a pesquisa vai restaurar parte da história uzbeque.

Via Olhar Digital

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