quinta-feira, abril 24, 2025
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Drone ‘tempestade voadora’ é capaz de disparar raios

Cientistas japoneses criaram uma gaiola capaz de proteger drones que induzem e condicionam raios para locais seguros

Gaiola impede que a corrente elétrica flua através do próprio drone (Imagem: NTT/Divulgação)

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Cientistas do Japão estão conduzindo uma pesquisa que usa drones para induzir e direcionar raios naturais. A equipe do Nippon Telegraph and Telephone Corporation (NTT) também trabalha para capturar e armazenar a energia dos raios.

O grupo argumenta que o fenômeno natural ainda causa grandes danos à sociedade humana, e que o método convencional de para-raios é limitado, sendo de difícil instalação em determinadas áreas, como turbinas eólicas.

Como foi feito o experimento?

  • Testes foram feitos a uma altitude de 900 metros na área montanhosa da cidade de Hamada, província de Shimane, entre dezembro de 2024 a janeiro de 2025;
  • Os cientistas observaram a intensidade do campo elétrico usando um dispositivo chamado moinho de campo;
  • O drone foi liberado para voar à medida que a tempestade se aproximava;
  • No dia 13 de dezembro, a equipe confirmou que uma grande corrente fluiu através de um fio conectado no drone e instalado no solo.
Sistema mostra conexão por fio aterrado e ligado ao drone (Imagem: NTT/Divulgação)

“Eles confirmaram que uma voltagem de mais de 2.000 V estava presente entre o fio e o solo imediatamente antes do raio ser induzido, e a mudança repentina na intensidade do campo elétrico ao redor do drone induziu um raio no drone. Esta é a primeira tentativa bem-sucedida do mundo de disparar raios usando um drone”, diz a pesquisa.

No entanto, um estalo foi ouvido logo após o raio ter sido disparado, e parte da gaiola de proteção contra raios do drone derreteu.

Ainda assim, o teste comprovou que o drone é capaz de manter o sobrevoo de forma estável mesmo após ser acionado por um raio.

Casca grossa

A gaiola para raios é uma proteção de metal que impede que a corrente elétrica flua através do próprio drone, desviando a grande corrente elétrica. Além disso, ao fluir a corrente do raio radialmente, os fortes campos magnéticos gerados pelas grandes correntes se cancelam, reduzindo o efeito do campo magnético no drone.

Simulação de programa de proteção contra raios usando drones (Imagem: NTT/Divulgação)

Testes mostraram que o drone não apresentou mau funcionamento nem quebrou ao ser submetido a uma corrente de raio artificial de 150 kA, que é cinco vezes o valor médio de um raio natural.

“Continuaremos a promover a pesquisa a fim de aumentar a taxa de sucesso dos raios provocados por drones, conforme demonstrado neste experimento. Também trabalharemos no desenvolvimento de métodos para armazenamento de energia de raios”, diz a NTT.


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Bruno Capozzi

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.


Via Olhar Digital

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