As polícia do Rio Grande do Sul suspeita que bandidos utilizaram um drone para levar uma arma para dentro da Penitenciária Estadual de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O revólver foi usado para assassinar, no sábado 23, Jackson Peixoto Rodrigues, de 41 anos. Ele era líder da facção criminosa Família do Sul.
O principal suspeito de efetuar os disparos é Rafael Telles da Silva, que teria ligações com a facção rival Bala na Cara. As autoridades já providenciaram a transferência dele para o presídio de Charqueadas, numa tentativa de evitar novos conflitos.
O Ministério Público Federal denunciou que os Bala na Cara se aliaram ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para a realização de um assalto em Caxias do Sul.
Histórico de Rodrigues antes de ir à penitenciária de Canoas
Jackson Rodrigues respondia por mais de 20 homicídios, incluindo a decapitação de um jovem, em 2016. Ele também enfrentava acusações de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A polícia conseguiu capturá-lo no Paraguai, em 2017, quando ele tentava cruzar a fronteira com documentos falsos.
Depois de cumprir parte da pena em Porto Velho, Rondônia, ele foi transferido para o sistema prisional gaúcho, em 2020, sob forte escolta. Um dia antes do assassinato, agentes revistaram a galeria, pois observaram um drone que sobrevoava o complexo prisional. Durante a ação, agentes apreenderam um rádio e drogas, mas a arma passou despercebida.
Autoridades reforçam segurança
Na tarde de segunda-feira, 25, o vice-governador do Estado, Gabriel Souza (MDB), anunciou o afastamento de funcionários do complexo prisional. Diretores e chefes de segurança estão na lista.
“Isso não é uma confirmação de culpabilidade dos servidores, mas no sentido de buscar uma apuração isenta, rigorosa e célere”, afirmou Souza, em coletiva de imprensa.
O governo estadual reforçou o policiamento em Porto Alegre e na região metropolitana, mobilizando 500 policiais do Bope e do batalhão de choque da Brigada Militar.