quinta-feira, março 6, 2025
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Dom Pedro II é ‘decapitado’ por escola de samba de São Paulo

O desfile da escola de samba Acadêmicos do Tucuruvi no Carnaval de São Paulo gerou polêmica ao apresentar um carro alegórico com a imagem de indígenas segurando a cabeça de Dom Pedro II. O evento ocorreu no último domingo, 2.

A representação fazia parte do enredo Assojaba, a Busca pelo Manto, que narra a história do manto tupinambá, vestimenta de grande valor cultural para os povos indígenas. O artefato permaneceu por mais de 380 anos na Dinamarca e foi recentemente devolvido ao Brasil. No entanto, o que mais se destacou foi a representação do antigo imperador.

O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), descendente de Dom Pedro II, foi um dos primeiros a se manifestar. “A destruição dos símbolos, mitos e tradições é tão importante para os wokes globalistas quanto a eliminação de um líder nacional”, disse o parlamentar.

“Pedro II se foi, mas seu legado ainda dura e está sendo reativado pelas verdades ditas foras dos canais de propaganda do caos”, declarou Luiz Philippe, defensor do legado da família monárquica no Brasil. “E acho que é isso que eles temem.”

Dom Bertrand em defesa de Dom Pedro II

O chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, manifestou seu repúdio à representação de Dom Pedro II no desfile. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira, 5, Bertrand classificou o episódio como um “ataque” à memória de seu trisavô.

“Manifesto – não só como descendente e sucessor dinástico, mas sobretudo como brasileiro que ama sua Pátria e valoriza sua História – meu repúdio ao ataque de certa escola de samba à figura de meu venerando trisavô, o Imperador Dom Pedro II, neste ano do bicentenário de seu nascimento”, declarou.

O chefe da Casa Imperial destacou a amizade que Dom Pedro II mantinha com os povos indígenas e relembrou que o monarca falava tupi-guarani e era conhecido por sua postura protetora em relação aos povos originários.

“Além de ódio sanguinário, os idealizadores desse ataque demonstraram ignorância abismal, ao retratar um índio cometendo um ato de indizível violência contra Dom Pedro II, quem falava tupi-guarani e era verdadeiro amigo e protetor de seus súditos indígenas”, afirmou.

Dom Bertrand ressaltou que, apesar da polêmica, a imagem do imperador permanece inabalada na memória nacional. “Nada disso, entretanto, poderá manchar a imagem de nosso maior Chefe de Estado, cuja boa obra na condução dos destinos do Brasil, em quase meio século de reinado, faz-se sentir até os dias atuais”, disse.

“Seu maior biógrafo é, e sempre será, o povo brasileiro, que nunca se esqueceu de sua respeitabilidade, sua paternalidade e, sobretudo, sua brasilidade”, defendeu Bertrand. “A memória de Dom Pedro II, portanto, prevalecerá.”

D. Pedro II foi o segundo e o último imperador do Brasil; ele subiu ao trono em 1840 e foi para o exílio em 1889 | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
D. Pedro II foi o segundo e o último imperador do Brasil; ele subiu ao trono em 1840 e foi para o exílio em 1889 | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A nota também criticou o financiamento público a manifestações artísticas que, segundo Dom Bertrand, promovem a “revolução cultural” e a “desconstrução dos padrões tradicionais”. Ele classificou o desfile como parte de um movimento que busca denegrir a imagem do Brasil.

“Já a pequenez dos que se aproveitam de enormes somas de dinheiro público e outros patrocínios para promover a revolução cultural, desconstrução dos padrões tradicionais, extravagância, imoralidade e cultura do caos, denegrindo sistematicamente o País, logo será esquecida”, disse. “Prova disso foi o retumbante fracasso, na forma de rebaixamento, da tal escola.”

Ao fim da nota, Dom Bertrand convocou os brasileiros de boa vontade para uma “verdadeira cruzada” em defesa dos valores tradicionais do Brasil, sob a inspiração do lema de seus antepassados: “Ao serviço de Deus, ao serviço da Pátria”.



Via Revista Oeste

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