O dólar completou neste sábado, 6, cem dias consecutivos acima de R$ 5. Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter moderado suas críticas ao Banco Central e sinalizado compromisso com o equilíbrio fiscal, a moeda norte-americana permanece elevada.
Nesta sexta-feira, 5, o dólar estava cotado a R$ 5,46, registrando uma queda de 2,3% na semana. A mudança no tom do presidente em relação à política monetária influenciou nesta redução.
Na parcial de 2024, a moeda norte-americana acumula alta de 12,55%. O dólar encerrou 2023 a R$ 4,84.
Em junho, o dólar mostrou tendência de alta. Na última semana do mês, a moeda norte-americana subiu três vezes consecutivas, depois de Lula ter criticado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o setor financeiro.
Em entrevistas a veículos regionais, Lula criticou Campos Neto e levantou dúvidas sobre a continuidade da autonomia do Banco Central. O presidente da República mencionou a possível indicação de um novo nome para o cargo em 2025.
Lula muda tom em relação ao dólar
O presidente Lula atribuiu a alta do dólar às especulações sobre o câmbio. O tom de suas declarações mudou depois de uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quarta-feira 3, quando ele reafirmou compromisso com o equilíbrio fiscal e evitou perguntas sobre o dólar.
“Agora, vou falar de feijão e arroz”, disse Lula, ao ser indagado sobre o dólar. A declaração ocorreu durante o lançamento do Plano Safra.
No mesmo dia, Haddad anunciou um corte de gastos de R$ 25,9 bilhões, resultado de um “pente-fino” nos benefícios sociais. O anúncio trouxe alívio ao mercado, que estava inseguro sobre o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas.