No domingo 22, a ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que conecta os Estados do Maranhão e Tocantins desde 1960, desabou. O colapso resultou em quatro mortes e deixou 13 pessoas desaparecidas.
A ponte já era alvo de reclamações de motoristas e moradores, e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) alertou sobre riscos há cinco anos.
No dia do desabamento, o vereador Elias Junior (Republicanos-TO) estava no local, denunciando as condições precárias da ponte, quando a estrutura cedeu.
Documentos e vídeos locais mostravam fissuras e danos na estrutura. Em 2020, um relatório do Dnit apontou vibrações excessivas, danificações no balanço lateral, e armaduras expostas e corroídas.
Em maio, esses problemas foram anexados a um edital de R$ 13 milhões para contratar uma empresa que realizaria estudos e obras de reabilitação, mas a licitação não teve vencedores.
Depois da tragédia, o Dnit informou que técnicos estão no local para investigar as causas do desabamento. O órgão destacou que existe um contrato em vigor para manutenção da BR-226/TO, válido até julho de 2026, com o objetivo de melhorar a segurança e trafegabilidade da rodovia.
Reconstrução de ponte irá custar, ao menos, R$ 100 milhões
O ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), anunciou que o governo federal investirá entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões na reconstrução da ponte, prevista para ser concluída em 2025.
“Temos todas as condições técnicas para reconstrução e também os recursos financeiros necessários”, afirmou o ministro. Um decreto emergencial será emitido para acelerar o processo.
Renan Filho visitou o local com os governadores Carlos Brandão (PSB-MA) e Wanderley Barbosa (Republicanos-TO), além do diretor do Dnit, Fabrício Galvão. Enquanto isso, a Polícia Federal iniciou investigações para apurar responsabilidades pela queda da ponte.
As superintendências regionais do Maranhão e Tocantins conduzem as diligências preliminares, avaliando perícias e identificando necessidades técnicas para aprofundar as apurações.
Queda de ponte provocou vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico no Rio Tocantins
O desabamento da ponte provocou a queda de veículos no Rio Tocantins e no vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico, uma substância química altamente tóxica e corrosiva. Os caminhões transportavam, além do ácido sulfúrico, 22 mil litros de defensivos agrícolas.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) emitiu um alerta de possíveis impactos para 19 municípios na região. No Tocantins, as cidades afetadas são Aguiarnópolis, Carrasco Bonito, Cidelândia, Esperantina, Itaguatins, Maurilândia do Tocantins, Praia Norte, Sampaio, São Miguel do Tocantins, São Sebastião do Tocantins e Tocantinópolis.
No Maranhão, os municípios são Campestre do Maranhão, Estreito, Governador Edison Lobão, Imperatriz, Porto Franco, Ribamar Fiquene, São Pedro da Água Branca e Vila Nova dos Martírios.
O Corpo de Bombeiros intensificou as buscas pelos 13 desaparecidos, enquanto a Defesa Civil de Estreito confirmou o resgate dos corpos de três vítimas: Lorraine Cidronio de Jesus, de 11 anos, Kecio Francisco dos Santos, motorista de um dos caminhões, e Lorena Rodrigues Ribeiro, de 25 anos, cujo corpo foi encontrado no dia do acidente.