sexta-feira, setembro 20, 2024
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Ditadura de Nicolás Maduro amplia número de prisões entre jovens

Organizações de direitos humanos que acompanham a situação política na Venezuela acusam o governo de Nicolás Maduro de intensificar a repressão e de ter levado à prisão ao menos 120 adolescentes nas últimas semanas, desde que o ditador Nicolás Maduro se autoproclamou reeleito.

As eleições realizadas em 28 de julho foram fraudadas, de acordo com observadores e organizações que analisaram documentos relativos ao pleito. Desde então, a população, que votou majoritariamente em Edmundo González, candidato da oposição, fez dezenas de protestos. Ao menos 1,6 mil pessoas foram presas no último mês.

E foi exatamente nessas manifestações que os adolescentes foram presos, informou o Washington Post em uma reportagem publicada nesta terça-feira, 27. “Maduro prendeu pelo menos 120 adolescentes em menos de um mês”, afirma o jornal. “A maioria oriunda de bairros de classe trabalhadora, bastiões históricos de apoio a Chávez e Maduro que parecem ter aderido à oposição no mês passado.”

O grupo de assistência jurídica pro bono Foro Penal afirmou ao jornal que a nenhum dos adolescentes foi concedido acesso a um advogado privado. “Muitos ficaram presos pelo menos uma semana até que lhes fosse permitido entrar em contato com suas famílias.”

O Washington Post afirma que “o número de menores presos ultrapassou até mesmo o das mais notórias campanhas repressivas da região”. “A ditadura argentina dos anos 70 e 80 prendeu 151 em sete anos. O regime do ditador chileno Augusto Pinochet prendeu 956 menores de 1974 a 1990, ou cerca de 56 por ano”, compara.

O jornal entrevistou cinco famílias que disseram que disseram que seus filhos adolescentes foram presos pela ditadura de Maduro.

Ativistas relataram ao jornal que militares invadiram residências e fizeram prisões. Em um dos casos, oficiais usaram fuzis como forma de pressionar familiares a “delatar” moradores contrários ao regime de Maduro. Uma mulher de 40 anos e seu filho, de 5, teriam ficado sob a mira de armas apontadas pelos militares.

Em outro episódio, militares prensaram um jovem de 15 anos contra a parede da sua casa até ele revelar o nome de um amigo que seria um suposto opositor ao governo.

Os oficiais, contam os ativistas, algemaram, estapearam e colocaram esse mesmo jovem dentro de um furgão.

Manifestação contra Nicolás Maduro
Manifestantes estariam sendo monitorados pelas forças militares da Venezuela: jovens e advogados são os mais novos alvos | Foto: Matias Baglietto/Reuters

Forças de Maduro espancam jovem 

De volta a sua casa, o adolescente disse que os guardas o espancaram, pisaram em sua cabeça e chutaram seu corpo, atingindo, assim, regiões do tórax, das costelas e dos braços. 

O rapaz ficou preso por 20 dias. As autoridades proibiram a visita da família por uma semana. Segundo organizações de direitos humanos, o adolescente é um entre pelo menos 120 menores que as forças de segurança de Nicolás Maduro prenderam nas últimas semanas.

A diretora para as Américas da ONG Human Rights Watch, Juanita Goebertus, afirmou que as forças de segurança estão detendo pessoas a uma velocidade jamais vista antes, “nem mesmo durante as brutais repressões de 2014 e 2017″.

Juanita acrescentou que não se trata apenas de repressão contra manifestantes. “É uma caça às bruxas total contra qualquer um que ouse criticar o governo.”

Segundo advogados, Justiça acusa jovens de terrorismo

Segundo advogados, a Justiça venezuelana acusa os jovens de terrorismo. Mais de 100 deles, aliás, estão detidos sob custódia do governo ditador.

A oposição venezuelana, o governo dos Estados Unidos, líderes latino-americanos e de todo o Ocidente acusam Maduro de fraude eleitoral. 

Análise do Washington Post sobre as atas eleitorais impressas indica que o candidato da oposição, Edmundo González, recebeu mais que o dobro de votos na eleição de 28 de julho.

Um estudo de um professor da Universidade do Michigan confirmou a autenticidade de atas divulgadas pela oposição, que dão vitória a González.

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Via Revista Oeste

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