sexta-feira, setembro 20, 2024
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Ditadura da Nicarágua expulsa embaixador brasileiro, diz jornal

A ditadura de Daniel Ortega na Nicarágua decidiu expulsar o embaixador brasileiro Breno de Souza Brasil Dias da Costa, segundo a imprensa local. A medida, considerada severa em termos diplomáticos, é atribuída ao recente esfriamento de relações, depois de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedir a libertação do bispo Rolando Álvarez, condenado a 16 anos de prisão.

A notícia foi inicialmente divulgada pelo portal nicaraguense Divergentes, que informou que a capital Manágua deu um prazo de 15 dias para o embaixador brasileiro deixar o país. O Brasil, por sua vez, evitava comentar o caso para “evitar o escândalo”, segundo diplomatas.

Segundo apuração do jornal O Estado de S.Paulo, a reclamação se deu pela ausência do embaixador na celebração dos 45 anos da Revolução Sandinista. Uma fonte do Itamaraty afirmou ao veículo que o Brasil foi notificado e pediu a Nicarágua que ponderasse, mas que não obteve resposta.

Lula tem relação de longa data com ditador da Nicarágua

Lula mantém relação de longa data com o ditador Daniel Ortega, a quem já defendeu publicamente. Recentemente, o petista revelou à imprensa internacional que Ortega não tem atendido suas ligações desde que tentou interceder pela libertação do bispo.

Depois de uma audiência com o Papa Francisco em Roma no ano passado, Lula afirmou que tentaria mediar a relação entre a Igreja Católica e a Nicarágua.

“A única coisa que a Igreja quer é que a Nicarágua libere o bispo para vir para a Itália”, disse o presidente brasileiro. “E eu pretendo falar com Daniel Ortega a respeito, para ele liberar o bispo. Não tem por que o bispo ficar impedido de exercer suas funções na Igreja. Não existe essa possibilidade.”

Lula afirmou que tentaria mediar a relação entre a Igreja Católica e a Nicarágua
Lula disse que tentaria mediar a relação entre a Igreja Católica e a Nicarágua | Foto: Cesar Perez/Wikimedia.

O Brasil manifestou preocupação no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em relação às violações na Nicarágua. No entanto, o país não assinou a declaração de 55 nações, incluindo governos de esquerda na América do Sul como Chile e Colômbia, que condenava os crimes contra a humanidade cometidos pelo regime de Ortega.

Segundo um relatório da ONU, esses crimes incluem execuções extrajudiciais, detenções arbitrárias, estupros, tortura e privação da nacionalidade e do direito de permanecer no próprio país.

Via Revista Oeste

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