A ex-tenista tcheca Martina Navratilova discutiu com Carla Antonelli, senadora espanhola trans, por causa da lutadora intersexual argelina Imane Khelif. A discussão ocorreu em 2 de agosto, um dia depois do início da polêmica que levou a boxeadora italiana Angela Carini desistir da luta contra a africana, aos 46 segundos, na Olimpíada de Paris.
Poucos momentos antes da discussão, a ex-tenista, que é homossexual, comentou em um post do Twitter/X que mostra a foto de Angela Carini chorando depois de perder a luta para Imane Khelif. “Deplorável”, lamentou Martina Navratilova. “As pessoas que estão no poder e permitiram que isso acontecesse. Vão ter de pagar.”
Carla Antonelli não gostou do comentário da ex-tenista. “Você esqueceu, Martina Navratilova?”, perguntou a deputada espanhola. “Um dia, quando você era jovem, disseram que você não deveria competir com outras mulheres, por causa de sua força e por que você era ‘muito masculina’. Você não tem vergonha.”
Martina Navratilova não se calou diante da provocação da senadora espanhola. “Masculino não significa ser homem”, respondeu a ex-tenista. “Nasci mulher e ainda o sou. Sobre os músculos, trabalho muito para tê-los — mesmo nos dias em que me sentia um lixo por estar mestruada. Então, sim, sou uma mulher. Tente novamente.”
Senadora espanhola defendeu a boxeadora intersexual
A tréplica de Carla Antonelli seguiu-se à defesa da atleta intersexual. “Imane Khelif nasceu mulher e continua sendo mulher”, respondeu. “Você nasceu transfóbica e continua sendo transfóbica.”
Martina Navratilova disse a Carla Antonelli que não é pessoa trans. “Há uma diferença entre trans e uma anomalia biológica”, respondeu a ex-tenista. “Obrigado pelos seus insultos, mas não funcionam.”
O término da discussão
Carla Antonelli afirmou que o fato de a ex-tenista ser supostamente “transfóbica” não é um insulto, mas uma “descrição de sua pessoa”. “Ok, então”, respondeu Martina Navratilova, pela última vez. “Mais uma pessoa bloqueada.”
Em 2023, a Associação Internacional de Boxe (IBA) reprovou Imane Khelif nos testes por não atender aos critérios de elegibilidade da instituição — ela apresentou altos níveis de testosterona. Naquele ano, a boxeadora perdeu a chance de ganhar a medalha de ouro no Mundial de Boxe.