sexta-feira, novembro 22, 2024
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Diretor da Abin foi flagrado pilotando drone que monitorava casa de Camilo Santana, diz PF

O diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Segurança das Comunicações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Magno, teria sido flagrado pilotando um drone nas proximidades da residência do então governador do Ceará Camilo Santana, atual ministro da Educação, segundo investigações da Polícia Federal (PF) que desencadearam na Operação Vigilância Aproximada, realizada na manhã desta quinta-feira (25).

A informação consta na decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou o cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de utilizarem o software FirstMile para espionar autoridades. Entre os alvos da operação da PF está o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).

“A Polícia Federal destaca episódios que elucidam a hipótese delitiva, como na conduta de Paulo Magno (gestor do sistema First Mile), que teria sido flagrado pilotando um drone nas proximidades da residência do então governador do Ceará Camilo Santana”, diz trecho da decisão de Moraes.

Além dos ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Camilo Santana, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia também teria sido alvo das ações de monitoramento ilegal operadas por servidores da Abin sob comando de Ramagem.

O deputado é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PL, tendo sido inclusive pelo ex-presidente Bolsonaro para disputar o pleito. Em novembro passado, o presidente da sigla, Valdemar Costa Neto, elogiou a indicação de Bolsonaro e afirmou que Ramagem era o candidato ideal.

Principal alvo das investigações, o ex-chefe do órgão e hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) esteve à frente do Abin entre julho de 2019 e abril de 2022. No período, dois servidores teriam utilizado a estrutura estatal para localizar os alvos da espionagem e foram presos em outubro de 2023.

Agentes da PF realizaram buscas no gabinete do deputado em Brasília e em seu apartamento funcional. A ordem para deflagrar a operação foi expedida pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

As investigações apontam para o uso do sistema FirstMile, desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint). O sistemam desenvolvido pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) não está mais em uso. Ele foi adquirido por R$ 5,7 milhões, sem licitação, no fim de 2018, durante a gestão de Michel Temer (MDB).

O software é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para encontrar o alvo, basta digitar o número do seu contato telefônico no programa e acompanhar em um mapa a última posição.

Para o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, a operação da PF contra Ramagem é mais uma perseguição ao partido e ao ex-presidente Bolsonaro.

“Pura perseguição do Alexandre de Moraes. O pessoal tem imunidade parlamentar e não respeitam”, disse Valdemar à CNN. O STF disse que não vai se manifestar sobre as acusações de perseguição.

Procurada pela CNN, a defesa do deputado disse que, por ora, não vai se manifestar.

O advogado Fábio Wajngarten, que defende e assessora Bolsonaro, disse à CNN que o ex-presidente nega “qualquer ilação” que ligue o nome dele às supostas espionagens promovidas pela Abin.

*Com informações de Thais Arbex, da CNN, em São Paulo

Via CNN

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