Em artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, nesta quinta-feira, 30, José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, expôs as fragilidades da atual gestão petista.
Segundo Dirceu, o Brasil precisa ter a capacidade de controlar o próprio destino a fim de moldar seu futuro. O ex-ministro de Lula se refere às incertezas econômicas e às mudanças no cenário geopolítico internacional que o país enfrenta.
Além disso, Dirceu sugere que Lula tenha como referência o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O ex-ministro mencionou algumas iniciativas do republicano que vão diminuir os conflitos geopolíticos e a instabilidade econômica que os norte-americanos enfrentaram nos últimos tempos.
“Como disse Thomas Shannon, ex-subsecretário de Estado para o Hemisfério Ocidental e ex-embaixador dos EUA no Brasil, em artigo publicado no jornal O Globo, Trump acredita que ‘o país pode controlar o seu destino se estiver preparado para garantir a segurança das suas fronteiras, proteger suas indústrias e economia e evitar aventuras estrangeiras’”, escreveu Dirceu.
Lula precisa olhar para Trump
Para o ex-ministro, essas são as convicções de Trump. “O Brasil precisa ter a sua”, afirma. Conforme Dirceu, o governo brasileiro precisa de um projeto nacional de desenvolvimento.
Ele também acredita que o Brasil precisa buscar autonomia tecnológica e financeira, “cuja ausência pode fazer com que o país termine por perder a capacidade de construir seu próprio destino”.
“Sem isso, seguiremos à mercê das instabilidades e incertezas internacionais, perdendo o bonde das transformações geopolíticas econômicas”, afirma Dirceu.
Presidente da República perdeu a popularidade
O ex-ministro petista ainda lembrou que a popularidade de Lula “tomou um tombo histórico” no meio do terceiro mandato como presidente.
Para piorar a situação, segundo Dirceu, algumas das maiores perdas de aprovação se deram entre os mais pobres e os moradores do Nordeste. Esses dois segmentos foram os que mais ajudaram Lula a vencer a última eleição.
Agora, uma das principais prioridades do governo, segundo Dirceu, deve ser a “capacidade de comunicação e articulação com o Congresso”. Além disso, necessita revisar o “modelo de relacionamento com o Legislativo e gestão do Orçamento”.