Embora o Brasil insista no diálogo como aposta por uma solução na disputa pelo território de Essequibo, a avaliação de integrantes da cúpula do Exército é que está na hora de o Itamaraty dar recados mais duros à Venezuela sobre uma eventual investida contra a Guiana.
A avaliação de oficiais que acompanham a situação na fronteira em Roraima é que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, escalou em suas ameaças sobre a anexação da área rica em petróleo. E, diante disso, é preciso que o Brasil dê alertas mais enfáticos de que as Forças Armadas estão de prontidão para reagir.
Uma das sugestões, por exemplo, é que os encontros do governo brasileiro com autoridades venezuelanas para discutir o impasse tenha a presença de um representante do Exército. Na estratégia militar, esses gestos têm caráter dissuasório. Ou seja, podem inibir as intenções da Venezuela de dar início a um conflito na região.
De acordo com oficiais, o Exército já poderia ter acompanhado o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, quando ele esteve em Caracas para conversar com Maduro em 22 de novembro.
Nesta quinta-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em pronunciamento na reunião de cúpula do Mercosul, que acompanha a situação como “crescente preocupação” e afirmou que o Brasil estará à disposição para sediar negociações entre Venezuela e Guiana.
Diante da tensão entre a Venezuela e a Guiana, o Exército brasileiro antecipou, em pelo menos um ano, a transformação do atual Esquadrão de Cavalaria Mecanizado em Regimento de Boa Vista, em Roraima.
Foi essa mudança que permitiu o envio de 16 blindados para reforçar a frota no estado. Outros 12 veículos já estão na região. Além disso, a alteração permite aumentar a tropa na região. Enquanto um esquadrão tem cerca de 130 a 200 militares, um regimento tem de cerca de 450 a 600 integrantes.
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