O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai se casar no próximo sábado, 30. O que chamou a atenção, contudo, é que o magistrado não convidou o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), para a celebração.
A decisão destaca a decepção e a ruptura na parceria política que ambos mantinham nos últimos anos. Brandão era o principal aliado de Dino no Maranhão.
O afastamento entre os dois políticos decorre de divergências mútuas sobre lealdade política. Dino foi fundamental para a ascensão de Brandão ao governo do Maranhão, onde triunfou nas eleições de 2022 no primeiro turno.
Rompimento do acordo entre Dino e Brandão
Inicialmente, havia um acordo para que Brandão cedesse o cargo em 2026, para que Felipe Camarão (PT), hoje vice-governador, se candidatasse com o apoio da estrutura governamental.
No entanto, Brandão agora sugere completar seu mandato e lançar seu sobrinho como sucessor no governo estadual. Esse cenário gerou tensões, especialmente depois de Dino suspender uma nomeação feita por Brandão para um cargo estratégico no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MA).
O magistrado justificou a decisão por questões constitucionais, depois de ações da Procuradoria-Geral da República e do partido Solidariedade.
Segundo o site Metrópoles, aliados de Brandão sugerem que Dino estaria tentando limitar a expansão da influência política do governador na região.
Dino, por sua vez, nega qualquer envolvimento político. No entanto, em conversas privadas, expressa insatisfação com a prática de Brandão de nomear familiares para posições importantes no governo estadual.
Decisões judiciais e impacto político
Em outubro, uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento de familiares de Brandão de seis órgãos estaduais. A decisão intensificou o clima de tensão no Maranhão.
Antes disso, o governador conseguiu nomear seu sobrinho, Daniel Brandão, como conselheiro do TCE-MA.
Isso gerou descontentamento entre deputados estaduais, que perderam espaço na administração pública. Além disso, a disputa pelo controle das nomeações no TCE-MA tem sido descrita como uma “guerra fria” entre Dino e Brandão.