Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, discursou na Cúpula do Brics em Kazan, Rússia, nesta quarta-feira, 23. Em sua fala, a ex-presidente do Brasil criticou fortemente o que denominou como “uso do dólar como arma”.
Para Dilma, os Estados Unidos se aproveitam da posição de sua moeda nas transações internacionais para conter o crescimento das economias emergentes.
No ano passado, Dilma apresentou o mesmo argumento, afirmando que os EUA utilizam a soberania do dólar para aplicar sanções que isolam empresas do Sul Global. Segundo ela, essas medidas visam a proteger a competitividade das companhias norte-americanas, prejudicando países em desenvolvimento.
Dilma Rousseff fala sobre expandir o Brics
Ainda em seu discurso, Dilma destacou a importância de expandir o grupo dos Brics, apontando esta como uma das grandes prioridades do banco que comanda. “Novos membros reforçam o papel do banco como uma plataforma de cooperação entre os países do Sul Global.”
Na cúpula, os líderes do Brics aprovaram a entrada de 13 novos países:
- Turquia;
- Indonésia;
- Argélia;
- Belarus;
- Cuba;
- Bolívia;
- Malásia;
- Uzbequistão;
- Cazaquistão;
- Tailândia;
- Vietnã;
- Nigéria; e
- Uganda.
A Rússia, que preside o bloco neste ano, assumiu a responsabilidade de convidar os novos integrantes.
Nesta terça-feira, 22, Dilma teve um encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, onde abordaram alternativas ao uso do dólar nas transações comerciais do bloco. Durante a reunião, a presidente do Banco do Brics, defendeu o desenvolvimento de instrumentos financeiros que não dependam da moeda norte-americana.
Ela afirmou que essas novas ferramentas são essenciais para ampliar a autonomia financeira dos países membros do bloco. Além disso, para ela, tais ações podem reduzir a vulnerabilidade às políticas externas dos EUA.