Nos últimos anos, o debate sobre saúde mental vem crescendo exponencialmente, sobretudo após o período pandêmico decorrente do viral COVID-19. Embora não seja algo novo na sociedade, eventos como esse escancaram a necessidade da conversa sobre saúde mental, e principalmente o que fazer para conseguir mantê-la saudável, em um mundo cujo ritmo acelerado cria situações que desgastam o psicológico e contribuem para o avanço de transtornos dessa natureza.
Dados do Ministério da Previdência Social informam que no ano de 2024, no Brasil, aproximadamente, meio milhão de servidores foram afastados do trabalho alegando algum transtorno associado a mente. Este foi o maior número desde 2014, com um aumento de 68% em relação ao ano anterior, 2023. Psicólogos e psiquiatras relacionam esse crescimento a atual situação do mercado do trabalho, além das próprias condições de trabalho, entre diversos outros pontos. No Piauí, não poderia ser diferente: em 2024, houve mais de 3 mil afastamentos. Então, o que fazer para melhorar?
Nos últimos anos, médicos suíços descobriram uma alternativa para aqueles que buscam tratar de suas patologias mentais ou doenças crônicas: visitas a museus. Diversos países como Austrália, Dinamarca e Bélgica já incluíram estas visitas como parte do seu programa de saúde e bem-estar. Seja por meio de prescrições médicas, programas de incentivo ou pesquisas, visitar estes centros culturais demonstra resultados significantes na qualidade de vida dos frequentadores, que relatam mais ânimo e vitalidade após essas visitas.
Casa de Cultura Dona Carlotinha (Foto: Ascom FMC)
Nesse quesito, a cidade de Teresina pode se tornar mais uma aliada, pois existem vários centros culturais ainda desconhecidos por boa parte da população. A Casa de Cultura Dona Carlotinha e o Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório são alguns dos museus disponíveis para quem quiser conhecer, aprender e cuidar de si neste processo. A nível estadual, ainda tem locais como o Monumento da Batalha do Jenipapo, localizado na cidade de Campo Maior, o Museu do Homem Americano e o Parque Nacional da Serra Capivara, ambos em São Raimundo Nonato.
Teresina guarda verdadeiros tesouros culturais para quem deseja conhecer mais sobre a história e a arte, além de cuidar da saúde mental. Entre esses espaços, destacam-se a Casa de Cultura Dona Carlotinha e o Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório, ambos fomentados pela Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves, da Prefeitura de Teresina.
Casa de Cultura Dona Carlotinha
Aberta ao público com exposições e atividades culturais, a Casa de Cultura Dona Carlotinha, é um espaço dedicado à preservação da memória e da identidade teresinense. O local abriga seis coleções que pertencem a grandes personalidades da cidade, proporcionando um mergulho na trajetória de figuras marcantes para a cultura local. Além disso, o espaço conta com salas temáticas voltadas para a geologia, a paleontologia e a numismática, oferecendo aos visitantes uma experiência rica e educativa.
Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório
Um pouco menos conhecido, mas de imenso valor histórico e cultural, o Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório, é um importante espaço dedicado à conservação e preservação do patrimônio religioso da cidade. Parte do conglomerado da Fundação Municipal de Cultura, o museu abriga uma coleção de aproximadamente 2 mil peças, algumas datadas a partir do século XVII. Seu acervo é composto por objetos litúrgicos, imagens sacras e outros elementos que refletem a religiosidade e a cultura da região, permitindo aos visitantes um olhar profundo sobre a fé e a arte sacra ao longo dos séculos.
Casa de Cultura Dona Carlotinha (Foto: Ascom FMC)
Estes espaços vão além da preservação da história e da cultura — eles também desempenham um papel fundamental na saúde mental e social da população. A arte e o conhecimento são ferramentas poderosas para o bem-estar, estimulando a criatividade, a reflexão e o sentimento de pertencimento. A Casa de Cultura Dona Carlotinha e o Museu de Arte Sacra Dom Paulo Libório oferecem momentos de aprendizado, contemplação e conexão com o passado. O acesso a esses espaços culturais pode ser uma forma de aliviar o estresse do dia a dia, fortalecer laços sociais e promover um ambiente mais saudável para todos.
