sábado, novembro 23, 2024
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Desertificação do nordeste avança, mas há uma esperança

Um novo estudo conduzido por cientistas da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de São Paulo (USP) concluiu que a degradação causada pelo processo de desertificação da Caatinga reduziu em mais de 50% a funcionalidade do solo na região. No entanto, apontou resultados positivos nas áreas recuperadas.

Ação humana é responsável pelo avanço da degradação

  • Durante o trabalho, foram analisadas 54 amostras de terra obtidas em temporadas de seca e de chuva, em três diferentes territórios do Núcleo de Desertificação de Irauçuba, no norte do Ceará.
  • Cada um deste locais conta com áreas de vegetação nativa, degradada e restaurada.
  • A redução na funcionalidade do solo foi calculada por meio de diversas análises físicas, biológicas e químicas em áreas degradadas pela ação humana.
  • Visualmente foi possível identificar um solo bastante comprometido, principalmente pela compactação causada pelo pisoteio dos animais.
  • Segundo os pesquisadores, isso reduz a porosidade, impedindo a infiltração de água e, consequentemente, acaba acelerando o processo de erosão do solo.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Applied Soil Ecology.
Processo de desertificação da Caatinga avança (Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Solo foi quase totalmente recuperado em áreas restauradas

Ainda segundo o estudo, do ponto de vista biológico, os indicadores de composição microbiana, teores de carbono e atividade enzimática mostraram-se favoráveis para o crescimento da vegetação e para o sequestro de carbono. No entanto, foi identificada uma pequena variação destes indicadores.

A boa notícia, por sua vez, veio da análise de áreas restauradas. Neste locais, os pesquisadores constataram que, ao impedir a ação do homem, é possível atingir índices físicos, químicos e biológicos próximos da composição original do solo.

Solo e vegetação apresentaram sinais de recuperação em algumas áreas (Imagem: Helissa Grundemann/Shutterstock)

As áreas restauradas são campos que há mais de duas décadas foram totalmente cercados no intuito de impedir a ação do homem e a circulação de animais. Nesses pontos, não foi plantada nenhuma espécie, porque a proposta era verificar como e se a vegetação conseguiria se regenerar naturalmente sem essas interferências.

Os pesquisadores apontam que os resultados das análises nessas áreas, em todos os aspectos, foram muito próximos do que se viu nas áreas de vegetação nativa. Assim, ao longo de duas décadas, está sendo possível recuperar a saúde do solo, o que pode ser promissor ainda para o sequestro de carbono, uma vez que essas terras registraram maiores valores de estoques de carbono total e microbiano.

Via Olhar Digital

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