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Descoberta explica por que tardígrados sobrevivem em condições extremas

Os tardígrados são microanimais capazes de sobreviver em condições extremas de temperatura, pressão, radiação, desidratação e até a exposição ao vácuo do espaço sideral. No entanto, o animal ainda é cercado de mistérios sobre os mecanismos que permitem essa sobrevivência. Agora, um novo estudo descobriu um dos segredos para a resistência do tardígrado e que pode ajudar a entender melhor suas peculiaridades.

Tardígrados

Os tardígrados fazem parte de um grupo de invertebrados de oito patas próximos aos artrópodes (como os insetos e aracnídeos) e nematoides (como as lombrigas). Eles foram descritos pela primeira vez em 1773, pelo zoólogo alemão Johann Goeze.

Uma de suas características mais impressionantes é que podem viver em praticamente todo lugar – no fundo do oceano, vulcões, florestas, Antártica e até no espaço. Eles sobrevivem a condições extremas de temperatura, pressão, desidratação, fome e radiação.

(Imagem: Divulgação/Hookie Co.)

Estado de dormência

Um dos mecanismos para a sobrevivência em ambientes extremos é um período de dormência semelhante à morte, conhecido como criptobiose. Segundo o site Gizmodo, o estado de dormência dos tardígrados é conhecido como “tun”.

Nesse processo, eles contraem seus oito membros, se enrolam em uma bola e esgotam o suprimento interno de água. Em um estado de desidratação absoluto, eles são capazes de sobreviver ao calor e frio extremos, bem como à exposição de sal que mataria outros animais, durante décadas ou até que as condições de vida melhorem.

Pesquisadores estudam há anos os mecanismos utilizados pelos tardígrados para atingirem esse estado “tun”. Agora, um novo estudo publicado na PLOS One descobriu um dos truques químicos envolvidos no processo.

(Foto: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

Segredo dos tardígrados

O estudo realizou uma série de experimentos com espécies de tardígrados reativas ao oxigênio – ROS, na sigla em inglês, que indica um grupo de moléculas que contém oxigênio e substâncias químicas instáveis, produzidas a partir de reações naturais do corpo. O ROS pode causar problemas de saúde, mas também tem funções biológicas importantes, como sinalizar e desencadear outros processos celulares.

Veja o que a equipe descobriu sobre a espécie:

  • Nos tardígrados, o ROS é responsável por sinalizar a oxidação de aminoácido cisteína, que é fundamental para o “tun”.
  • A equipe, então, achou uma forma de desligar a capacidade de oxidar cisteína, fazendo com que os animais percam a habilidade de entrar em dormência.
  • Isso comprovou como o oxigênio está envolvido no “tun” e como o microanimal entra no estado de quase morte para se proteger de ambientes hostis.

O artigo destacou como a descoberta do mecanismo de sobrevivência vale para apenas uma espécie de tardígrado analisado, a Hypsibius exemplaris. No entanto, isso abre caminhos para investigação dos animais e do que eles podem fazer com suas próprias reações químicas interiores.

Via Olhar Digital

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