Um grupo de arqueólogos descobriu vestígios da sociedade agrícola mais antiga já descoberta na África fora do Vale do rio Nilo. Segundo os pesquisadores, esta comunidade teria vivido na região onde hoje fica o Marrocos há 5 mil anos.
Assentamento seria comparável ao tamanho de Tróia durante a Idade do Bronze
O sítio arqueológico de Oued Beht, no norte do Marrocos, foi descoberto por colonos franceses na década de 1930. O local, no entanto, nunca foi efetivamente estudado.
Após mais de 90 anos, cientistas resolveram escavar a região e fizeram descobertas impressionantes. Ele encontraram milhares de cabeças de machado feitas de pedra e fragmentos de cerâmica pintados que sugerem a existência de uma sociedade até então desconhecida na região.
Segundo a equipe, o assentamento contaria com centenas de pessoas e seria comparável ao tamanho de Tróia durante a Idade do Bronze. As análises ainda apontam que esta sociedade agrícola antiga teria cultivado a terra e feito comércio com outros povos do outro lado do Mediterrâneo.
Amostras de datação por radiocarbono de carvão e sementes encontradas durante a escavação dataram o local entre 3400 e 2900 a.C. Os grupos que viviam lá provavelmente tinham uma variedade de origens genéticas, confirmando que foram resultado de vários fluxos migratórios.
Os pesquisadores ainda desenterraram restos mortais de ovelhas, cabras, porcos e gado no local. As descobertas foram descritas em estudo publicado na revista Antiquity.
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Descoberta desafia o que se sabia até então
- Atualmente, a teoria mais aceita é que, assim como a África subsaariana naquela época, o norte da África era habitado principalmente por caçadores-coletores e pastores.
- Estes eram povos nômades que ainda não praticavam a agricultura.
- A descoberta, no entanto, muda este entendimento ao mostrar pelo menos um exemplo de comunidade agrícola na região.
- Segundo os arqueólogos, esta pode ser apenas a ponta do iceberg, confirmando que a região foi negligenciada por cientistas por décadas.
- Novas escavações no local devem acontecer a partir de agora, e quem sabe o que elas podem revelar sobre o passado da humanidade.