quinta-feira, novembro 21, 2024
InícioCiência e tecnologiaDescoberta de humanos arcaicos na China intriga cientistas

Descoberta de humanos arcaicos na China intriga cientistas

Pesquisas recentes revelam uma surpreendente descoberta sobre uma população humana que viveu no sul da China há aproximadamente 14.000 anos, no final da Era do Gelo. Conhecidos como o Povo da Caverna do Veado Vermelho, esses humanos intrigam cientistas por suas características físicas arcaicas, que lembram muito mais os primeiros ancestrais da humanidade do que o Homo sapiens moderno.

Essa descoberta, como mostrou o IFLScience, desafia as concepções tradicionais sobre a evolução humana, sugerindo que a diversidade entre os primeiros humanos pode ter sido muito maior do que se imaginava.

fotos das mandíbulas de humanos arcaicos descobertas
Ossos da mandíbula dos hominídeos encontrados na Caverna do Veado Vermelho em Yunnan, sul da China. (Imagem: Curnoe et al., PLOS ONE, 2012 via IFLScience)

Apesar de terem vivido em um período relativamente recente na história evolutiva, esses indivíduos apresentavam traços anatômicos que remetem a espécies humanas extintas há milhões de anos. A combinação dessas características levanta questões sobre quem eram esses humanos e como suas peculiaridades físicas perduraram por tanto tempo.

Descobertas arqueológicas e fósseis de humanos arcaicos

A caverna de Maludong, como é chamada localmente, foi escavada pela primeira vez em 1989, revelando restos humanos e fósseis de grandes veados vermelhos, sugerindo que os habitantes caçavam e se alimentavam desses animais.

No entanto, foi apenas em 2012 que os pesquisadores começaram a sugerir que os indivíduos encontrados poderiam representar uma nova espécie humana, devido às características peculiares observadas em seus fósseis.

foto do local de escavação
O local de escavação de Maludong (Caverna do Veado Vermelho) em Yunnan, sul da China. Imagem: Xueping Ji via IFLScience

Os esqueletos mostraram crânios grossos, rostos achatados, narizes largos, queixos pequenos, dentes molares grandes e arcadas proeminentes. Estas características geralmente são associadas a membros antigos da árvore genealógica humana, como o Homo erectus e o Homo habilis, que já haviam sido extintos há milhões de anos.

Novas teorias sobre a evolução humana

  • O estudo dessas peculiaridades levou alguns cientistas a especularem se os habitantes da Caverna do Veado Vermelho eram uma relíquia de uma espécie humana arcaica que sobreviveu até o final da Era do Gelo.
  • Outras hipóteses sugeriram que eles poderiam ser um híbrido, relacionado a populações como os neandertais ou denisovanos.
  • Em 2012, Darren Curnoe, biólogo evolutivo da Universidade de Nova Gales do Sul, afirmou: “Descobrimos uma nova população de humanos pré-históricos cujos crânios são um mosaico incomum de características primitivas, como as vistas em nossos ancestrais de centenas de milhares de anos atrás.”
  • Essa singularidade anatômica continua a levantar questões sobre as linhagens humanas no leste da Ásia.

O enigma do fêmur de 14 mil anos

Outro achado intrigante veio em 2015, quando um osso da coxa foi analisado. Este fêmur, com cerca de 14.000 anos de idade, pertenceu a um indivíduo de aproximadamente 50 quilos e apresentava semelhanças com espécies como o Homo habilis e o Homo erectus. Isso causou surpresa entre os cientistas, pois essas espécies foram extintas há cerca de 1,5 milhão de anos, muito antes do surgimento dos Homo sapiens.

Esses fósseis sugerem que humanos com aparência primitiva poderiam ter coexistido com humanos modernos em certas partes da Ásia continental, levantando dúvidas sobre a cronologia tradicional da evolução humana.

Avanços no estudo de DNA

Em 2022, os avanços na análise de DNA antigo forneceram uma compreensão mais clara da herança genética do Povo da Caverna do Veado Vermelho. Os pesquisadores confirmaram que eles eram geneticamente Homo sapiens, conectados a populações modernas da Ásia Oriental e também aos nativos americanos, que descendem de grupos ancestrais semelhantes.

Embora não sejam mais considerados uma espécie separada, o enigma persiste em torno de suas características físicas incomuns. Isso sugere que, no final da última Era do Gelo, a diversidade entre as populações humanas pode ter sido muito maior do que se observa hoje em dia.

Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui