A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, cancelou a viagem que faria à Itália para dar uma palestra na Universidade Federico II, em Nápoles, no sul do país, na próxima sexta-feira, 24.
Cristina fez o anúncio nesta segunda-feira, 20, depois de ter sua chapa derrotada nas urnas pelo libertário Javier Milei.
De acordo com a universidade, em publicação no Twitter/X, Cristina iria dar uma palestra sobre “A insatisfação democrática”. A aula discutiria os 40 anos da restauração da democracia na Argentina. Além da vice-presidente, também foi convidado o embaixador argentino em Roma, Roberto Carlés.
Segundo o jornal argentino Clarín, a viagem gerou polêmica na Argentina porque Cristina iria utilizar um avião presidencial recém-comprado pelo presidente do país, Alberto Fernández. Extraoficialmente, o motivo para a suspensão da viagem teria a ver com o processo de transição entre o atual governo e o governo eleito.
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Na agenda da viagem, a vice-presidente tentava acrescentar uma visita ao papa Francisco, na residência de Santa Marta, no Vaticano.
Cristina Kirchner sugere que italianos são mafiosos “por herança genética”
Em fevereiro de 2020, Cristina Kirchner sugeriu que os italianos são mafiosos “por herança genética”, durante a Feira do Livro de La Havana, em Cuba. Ela atribuiu aos antepassados italianos do ex-presidente argentino Mauricio Macri a causa de seu suposto comportamento mafioso.
“Na Argentina, a lei tinha um componente da máfia: ir contra a família”, disse Cristina. “Isso resultou na perseguição dos meus filhos. Um integrante da máfia que provavelmente deve ser causado pelos ancestrais daquele que foi presidente.”
“Javier Milei, o presidente mais votado da história da Argentina”
Na época, a líder peronista estava sendo acusada de chefiar esquemas de corrupção, acobertar atentados terroristas e roubos de documento histórico.
Com o anúncio da presença da vice-presidente na universidade italiana, alguns alunos criticaram a participação de Cristina no evento, em razão da antiga polêmica.