O que muitos cientistas temiam virou realidade. Um estudo publicado na revista Nature Climate Change aponta que a geleira Pine Island, localizada na Antártica Ocidental, atingiu o chamado ponto de não retorno em função do aquecimento global. Isso significa que, mesmo que o aumento das temperaturas seja revertido, a geleira não voltará ao que era antes.
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Derretimento é irreversível
- A geleira Pine Island vem diminuindo de tamanho assustadoramente nas últimas décadas.
- Esse recuo, provocado pelas mudanças climáticas, está contribuindo para o aumento do nível do mar.
- Agora, pesquisadores afirmam que a geleira não poderá ser recuperada e que o derretimento é irreversível.
- As informações são da ScienceAlert.
Processo de recuo das geleiras vem de décadas
Antes da década de 1940, a Pine Island se mantinha estável. No entanto, observações recentes apontaram que quando águas mais quentes entraram em contato com a parte inferior flutuante do gelo, causaram um grande derretimento da geleira.
Segundo os pesquisadores, houve uma anomalia climática no oeste da Antártida na década de 1940 que foi associada a um grande evento El Niño. O fenômeno possivelmente desencadeou uma mudança temporária nas condições oceânicas.
Isso fez com que uma lacuna se abrisse entre a geleira aterrada e o fundo do mar, permitindo que águas oceânicas mais quentes fluíssem além da cordilheira. Estes resultados são apoiados por evidências recuperadas dos sedimentos sob a plataforma de gelo atual.
Uma vez que as águas mais quentes circulam sob o gelo recém-exposto, isso desencadeia mais derretimento e afinamento, em um ritmo ainda mais rápido. Um modelo matemático apontou que as circunstâncias provocaram um rápido recuo e aceleraram o fluxo de gelo nas duas a três décadas seguintes, culminando com o desprendimento da plataforma de gelo da crista entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980.
Depois disso houve uma desaceleração no fluxo de gelo e um recuo mais gradual. Isso só parou quando a linha de aterramento atingiu uma seção rasa de rocha no início da década de 1990. Mas já era tarde demais. Os cientistas afirmam que mesmo que as condições esfriem, a perda de massa de gelo já se tornou irreversível.